
A segunda fase da Operação Metástase foi deflagrada às 5h da manhã desta sexta-feira (11) e cumpriu 18 mandados judiciais, além da apreensão de 17 veículos e 370 cabeças de gado de possíveis “laranjas” da prefeitura de Brasileia. A polícia também decretou a indisponibilidade de quatro fazendas e outras terras avaliadas em R$ 1,2 milhão.
A fase, denominada de Panacéia, é uma continuação da ”Operação Metástase”, que foi realizada em julho deste ano e descobriu o desvio de mais de R$ 7 milhões em recursos públicos em Brasileia. O dinheiro teria sido gasto com pagamento de propinas, desvios de verbas e contratos fraudulentos desde 2013. Na primeira fase, a organização criminosa foi desmantelada pela polícia, mas vários “laranjas” foram descobertos em seguida.
Uma empresa também foi proibida de fazer contratos com órgãos do Poder Público até o final das investigações. No total, a PF-AC acredita ter recuperado R$ 2 milhões em desvios de verbas. O G1 tentou contato, por telefone, com o atual prefeito de Brasileia, mas não obteve sucesso até a publicação desta matéria.

O delegado Fares Feghali explica que a organização criminosa que agia no local possuía uma rede de “laranjas”. Essas pessoas eram usadas para a compra de carros de luxo, como caminhonetes, e também serviam como intermediadores na compra de fazendas e gado. A intenção, segundo a polícia, era esconder grande parte dos valores desviados pelo grupo.
“As investigações continuam. Nesta segunda fase, a PF-AC visou a recuperação de parte do patrimônio que foi surrupiado pela organização criminosa, mas o patrimônio que foi desviado é muito maior. Então, acreditamos que possam ter outros envolvidos de diversos setores tanto público como privado”, ressalta.
A “Operação Metástase” resultou ainda no afastamento de quatro secretários e do prefeito do município, Everaldo Gomes (PMDB-AC). Os suspeitos foram indiciados por organização criminosa, lavagem de capital, corrupção passiva e ativa e peculato. Gomes foi preso porque estaria coagindo as testemunhas do caso. A investigação apontou que a organização usava empresas fantasmas e notas frias para desviar verbas.
Fonte: ITAQUERA