
A Polícia Federal descreveu como “explosões debaixo da terra” a destruição de um garimpo subterrâneo em Maués, Amazonas, onde eram retirados cerca de oito quilos de ouro por semana. A operação revelou túneis profundos e precários, acessíveis apenas por helicóptero, e encontrou 50 trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Quatro garimpos subterrâneos interligados davam acesso ao principal, com um túnel de 70 metros de profundidade. As estruturas precárias colocavam em risco a segurança dos trabalhadores, e os agentes usaram cordas e um guindaste improvisado para acessar os túneis. O explosivista André Toledo alertou sobre os perigos de colapso e a contaminação do ar nos túneis, onde os garimpeiros usavam ventilação improvisada.
O processo de extração envolvia transportar a terra para fora dos túneis, triturá-la e misturá-la com cianeto, para separar o ouro. A operação revelou que o garimpo retirava, em média, oito quilos de ouro por semana, equivalentes a 3,2 milhões de reais. Além da PF, participaram da ação a PRF, ICMBio, Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e Funai.
Desde o ano passado, cinco garimpos foram destruídos na região, onde criminosos tentam evitar a fiscalização por satélites.
Fonte: g1/Amazonas