A política marcou profundamente a minha infância e adolescência. Meus pais eram fortemente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), liderado em Tefé por Túlio Azevedo e Diogo Gonzaga Torres. Era um grande fanatismo por Plínio Coelho e Gilberto Mestrinho, Rossine Lima, Josué Cláudio de Souza, Almino Afonso, Arthur Virgílio Filho.
Quando as caravanas chegavam em Tefé, via-se uma agitação total em toda a cidade, muita animação do povo, seguindo seus líderes políticos, esperando dias melhores. A voz trabalhista ecoava o Hino do PTB, que era cantado com grande emoção. Por sua vez, os filhos seguiam a mesma linha dos pais.
Hino do PTB
“Poderoso, invencível, inquebrantável
Adorado, meu partido, o PTB
(………………………………..) insofismável
Trabalhando para o bem comum viver
Impoluto, resistente, combativo
Defendendo com poder varonil
O partido só tem um objetivo:
Trabalhar pela grandeza do Brasil
Ressoa o Senado com seus oradores,
A Câmara é alegria com seus deputados
Batalham com fibra os seus vereadores
As vozes levantam direitos sagrados
Lutar pela ordem, tranquila e serena,
Harmonia e respeito, moral e distinção
Lutar pela verdade é o nosso lema
Iremos todos por um sem qualquer distinção
Trabalhistas do Partido Trabalhista Brasileiro
Em vós depositamos toda a confiança
Bem dizer e louvar o PTB primeiro
Reavivando sempre o fogo da esperança.
Aplaudir e ouvir nossos representantes
Soldados que defendem a prole brasileira
Insignes sentinelas, sempre vigilantes
Lutando pela causa da nação inteira
Elevar o partido é nossa obrigação
Incentivar devemos no Brasil inteiro
Realçar e divulgar de todo o coração
O Partido Trabalhista Brasileiro”.
Os políticos eram recebidos com palmas e cantos, sem faltar os foguetes. Quem não lembra dessa animada marchinha?
“Amazonas, o Plínio já te deu vitória.
Amazonas, Gilberto te dará a glória.
Escola para os filhos, trabalho para os pais.
Transporte para o povo.
Isso aqui já tem demais
Felizes, mais alegres nosso povo viverá
Por ser um bom governo o Gilberto nos dará”.
Consequentemente, a oposição respondia:
“Amazonas, o Plínio já te deu imposto.
Amazonas, Gilberto te dará desgosto…”
Gilberto foi eleito e no dia 31 de janeiro de 1958 tomou posse, sendo levado ao Palácio Rio Negro, pelos braços do povo que alegremente cantava:
“Vocês vão dando fora para o balatal.
Vai pro Palácio Gilberto
Que tu és o maioral
Eu bem dizia que você votasse certo
Que depois do Plínio era o Gilberto.
OBS.: Acompanhe os comentários sobre o pleito de 1982, no próximo domingo.
RAIMUNDA GIL SCHAEKEN – (Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR)
NR – Publicação feita hoje (28), excepcionalmente