População sofre com a cheia dos rios amazônicos(Por George Dantas)

Ambientalista George Dantas (AM)

Mais de 44 municípios do Amazonas estão em situação de emergência por conta das enchentes dos rios, especialmente aqueles da calha do Rio Solimões, Purus, Juruá e seus tributários, inundando cidades inteiras,  como é o caso de Boca do Acre que já está em estado de calamidade.


Os números são assustadores em relação a famílias desabrigadas (quase 100 mil) que tiveram que deixar suas casas após várias tentativas de nela permanecer elevando os assoalhos e criando pontes entre os cômodos, tudo em vão perante a força das águas que invadem as áreas mais baixas desses municípios.

As ruas se transformaram em rios e em lugar dos carros e motos agora circulam canoas e rabetas entre as casas mudando um cenário que era de normalidade para um cenário de medo e desespero.

As enchentes dos rios amazônicos
As enchentes dos rios amazônicos

Com a população abrigada de forma precária, as cidades deixam de respirar o dia-a-dia, o comércio praticamente já fechou as portas, por não ter a quem vender, as escolas não funcionam mais deixando milhares de alunos sem aulas por uma período indeterminado e por fim, os hospitais também ficaram inundados deixando de atender a população dificultando o acesso ao atendimento médico e ambulatorial.

Nessas localidades a agricultura é o segmento mais prejudicado com a perda inteira de vários cultivos regional, como macaxeira, melancia, jerimum dentre outros e que, por esta situação a escassez de alimentos chega aos mercados e feiras da região e assim, não há circulação de dinheiro por conta do comercio e a estagnação econômica afeta inclusive a receita dos municípios.

Na capital do estado, Manaus também foi afetada, até agora mais de 30 bairros estão alagados e grande parte da população afetada somente tem acesso as suas casas através de pontes de madeiras que funcionam como trilhas seguras acima da aguas e são elevadas constantemente de acordo com a elevação das aguas.

Em Manaus, há uma grande diferença entre os demais municípios que sofrem enchentes de rios correntes, com o Rio Negro represado pelo Solimões a inundação faz florescer um imenso espelho d’água formado a partir do descarte inadequado do lixo urbano das casas afetadas. A combinação explosiva de concentração de lixo urbano com águas paradas se traduz em ambiente perfeito para a proliferação de ratos e a perigosa doença leptospirose, doença essa que mata em pouco tempo.

Ações humanitárias são desenvolvidas pela Defesa Civil do Estado e dos municípios envolvendo principalmente a distribuição de madeiras para pontes, água potável e cestas básicas para mitigar as enormes dificuldades que esse povo sofrido tem que enfrentar em intervalos cada vez mais curtos.

Mudanças climáticas vieram para ficar e afeta a todos nós, indistintamente.(George Dantas – ambientalista)

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