Está difícil para o governo Bolsonaro explicar algumas notícias recentes para quem apertou o 17 em outubro de 2018, acreditando que elegeria um governo que teria o compromisso de combater a corrupção, efetivar a transparência e a moralização do trato da coisa pública.
A justificativa para esse eleitor, foi levar um dos filhos do presidente, que foi escrivão da Polícia Federal, a ocupar, aos 35 anos, um dos cargos mais importantes da diplomacia nacional?
Ou ainda que os processos envolvendo o repasse de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em todo o país foram suspensos após o presidente do STF, José Dias Toffoli, tomar uma decisão a pedido do outro filho?
Em meio a isso, Jair Bolsonaro está às vésperas de indicar o próximo procurador-geral da República, o que pode determinar o ressurgimento ou o enterro de vez da Lava Jato.
Mas alguém por acaso tem ouvido Bolsonaro falar de Lava Jato?
O combate à corrupção não é prioridade nem mais no discurso. O governo parou de falar no assunto. Na prática, o empenho tem sido noutra direção.
Desde que assumiu, todas as investidas do governo foram para desqualificar ou limitar o trabalho do Coaf, o órgão que fez com que Flávio Bolsonaro se tornasse investigado por corrupção, mas que, no passado, foi fundamental para o sucesso de inquéritos que destroçaram o PT, do mensalão ao petrolão.
No Ministério da Justiça, Sergio Moro não tomou ainda nenhuma atitude significativa rumo ao combate à corrupção.
Na Controladoria-Geral da União, a prometida lista de indicações políticas, em que todos poderíamos ver que político indicou quem para qual cargo do governo federal, não tem data para sair do papel.
Correio do Povo – AL