Por que o IDEB reflete uma avaliação equivocada sobre a qualidade da educação básica?

O IDEB é um indicador nacional com o objetivo de monitorar a qualidade da Educação da população/Foto: Divulgação

Afinal, o que é o IDEB? Segundo o MEC, IDEB é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Foi formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino.


O IDEB é um indicador nacional com o objetivo de monitorar a qualidade da Educação da população por meio de dados concretos, com o qual a sociedade pode se mobilizar em busca de melhorias.

Mas de que forma isso é possível?

O índice é calculado a partir de dois componentes: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP (Prova Brasil – avaliação nacional de Língua Portuguesa e Matemática, para escolas e municípios, e do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, para os estados e o País, realizados a cada dois anos). (BRASIL, MEC.2018).

O IDEB é um indicador nacional com o objetivo de monitorar a qualidade da Educação da população/Foto: Divulgação

A partir daí, com o objetivo de provocar uma reflexão aos leitores, perguntamos: até que ponto a ênfase apenas em duas disciplinas (Língua Portuguesa e Matemática) indica a qualidade na educação do país? Isso somado aos índices de reprovação nas escolas é suficiente? Ou seja, aumentar a taxa de aprovação aumenta a nota do IDEB? Isso aumenta a qualidade do ensino na educação básica?

No mínimo os resultados do IDEB são ambíguos.

As notas do IDEB foram organizadas com objetivo de comparar a qualidade da educação no Brasil com outros países que participam do PISA. Essa comparação é possível? Pensando em questões relacionadas à própria pesquisa científica, precisaríamos no mínimo que as amostras do PISA e do SAEB fossem equivalentes, e sabemos que não são.

Será que esse tipo de avaliação não gera uma competição desmedida entre instituições, rotulando as escolas de ruins e boas, gerando um mal-estar, desânimo e fuga de bons profissionais nas escolas de rendimento insatisfatório?

Como vários pesquisadores, acreditamos que o IDEB não é suficiente para avaliar o ensino no país. Além de não dar conta da singularidade dos contextos escolares avaliados, muito menos trata da subjetividade presente nos alunos que realizam as avaliações externas.

Não podemos negar, que mesmo com falhas, o IDEB contribuiu desde a sua implementação para uma diminuição nas taxas de reprovação no Brasil. Um avanço com ressalvas….

Autoras: Márcia Regina Mocelin é Coordenadora dos Cursos de Segunda Licenciatura e Formação pedagógica do Centro Universitário Internacional Uninter; Gisele do Rocio Cordeiro é Coordenadora do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.

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