A posse de Donald Trump em meio a protestos em Washington

Donald Trump ao lado da primeira dama Melania na posse/Foto: Divulgação

O presidente dos EUA, Donald Trump, tomou posse hoje, sexta-feira (20), em meio a violentos protestos em Washington DC. Ainda que os eventos tradicionais para a passagem de poder tenham transcorrido sem qualquer incidente, foram registrados confrontos entre manifestantes e policiais durante todo o dia do lado de fora da área isolada.
Trump fez o juramento como presidente e o discurso de posse por volta das 15 horas (hora de Brasília). Logo em seguida, o ex-presidente Barack Obama deixou a capital americana.


Apesar dos protestos, o desfile de Trump entre o Capitólio, onde ocorreu a posse, e a Casa Branca, foi realizado sem problemas –Trump e a família desceram do carro, que seguiu tradicionalmente acompanhado do Serviço Secreto– em alguns momentos.

Enquanto o cerimonial ocorria, 217 pessoas foram presas, e seis policiais ficaram feridos.

De acordo com balanço da polícia, os protestos foram liderados por um grupo de entre 400 e 500 pessoas — cujas atividades aparentemente foram “organizadas e intencionais”.

Protestos contra Trump foram registrados em várias regiões da capital e em outras cidades americanas. A maioria das manifestações e marchas transcorreu pacificamente. As ações foram organizadas por vários grupos que se opõem ao novo presidente, incluindo pacifistas, pró-imigrantes, feministas e contra o racismo.

Nas áreas em que foram registrados confrontos, uma limusine foi incendiada. Manifestantes atiravam tijolos contra os policiais, que chegaram a usar bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta em uma tentativa de dispersar os grupos. Latas de lixo foram incendiadas, e vitrines foram quebradas.

A polícia confirma que há feridos leves, sem dar detalhes do número de vítimas.

Ativistas mascarados corriam pelas ruas quebrando janelas de uma lanchonete McDonalds, uma cafeteria do Starbucks e uma churrascaria a alguns blocos da Casa Branca. Eles carregavam bandeiras que diziam “Juntem-se à resistência, lutem agora.”

Em outro local, não muito longe da Casa Branca, manifestantes também entraram em confronto com a polícia, chegando a jogar cadeiras de alumínio na porta de um café contra policiais.

Por enquanto, não há relatos de confronto entre manifestantes contrários e favoráveis ao novo presidente dos EUA.

Uma multidão, aparentemente menor do que às que compareceram às duas posses de Obama, acompanhou a cerimônia, enquanto aconteciam alguns protestos espalhados por Washington.

Depois da festa da posse e do desfile até a Casa Branca, Trump ainda tem pela frente três bailes presidenciais –um número muito menor em comparação às festividades de Barack Obama em 2009 e 2012.

 Seguindo as tradições

Donald Trump assumiu o comando como o 45º presidente dos Estados Unidos prometendo acabar com a “carnificina americana” de problemas sociais e econômicos em um discurso inaugural que foi de clamor populista e nacionalista.

Traçando uma desoladora visão do país, ele disse que os EUA estavam repletos de fábricas desativadas, crime, gangues e drogas, culpando indiretamente seus antecessores na Casa Branca por políticas que ajudaram aqueles no poder em detrimento das famílias que se esforçam duramente.

‘Carnificina americana acaba agora’, diz Trump em discurso de posse

A visão sombria que ele frequentemente pinta sobre os EUA é desmentida por estatísticas mostrando baixos níveis de desemprego e crime em nível nacional, embora Trump tenha ganho muitos votos em partes da nação onde a indústria de transformação quase desapareceu.

O discurso de aceitação de Trump revisitou os temas de discursos em comícios de campanha que ele fez antes de uma inesperada vitória em 8 de novembro sobre a democrata Hillary Clinton, que foi à cerimônia com seu marido, o ex-presidente Bill Clinton. O casal foi homenageado durante o almoço realizado após o discurso de Trump.

Após repetir o juramento de 35 palavras, Trump abriu seus braços e abraçou sua mulher, Melania, e outros membros de sua família. Os canhões cerimoniais então dispararam as salvas.

A transição de um presidente democrata para um republicano aconteceu perante uma multidão que incluía outros ex-mandatários, dignitários e centenas de milhares de pessoas na Esplanada Nacional. A multidão se concentrou a oeste, em um dia frio e de chuvas ocasionais.

Os ex-presidentes George W. Bush e Jimmy Carter estavam presentes com suas mulheres na cerimônia. O pai de Bush, ex-presidente George H.W. Bush, de 92 anos, ficou em Houston se recuperando de uma pneumonia em um hospital. (UOL)

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