Bassirou Diomaye Faye, o novo presidente do Senegal, assumiu oficialmente o cargo na terça-feira (2), em uma cerimônia de posse marcada pela presença de suas duas esposas. Faye foi acompanhado por Marie Khone, com quem é casado há 15 anos e tem quatro filhos, além de Absa, sua segunda esposa, com quem se casou cerca de um ano atrás.
A presença das duas esposas de Faye na cerimônia de posse reflete uma prática tradicional no Senegal, onde a poligamia é aceita e praticada, especialmente entre os muçulmanos, que compõem a maioria da população. O Islã permite que os homens tenham até quatro esposas, desde que possam sustentá-las adequadamente e tratar cada uma com igualdade.
A poligamia do presidente tornou-se um tema de discussão na mídia e nas redes sociais do país. Enquanto alguns elogiam a consagração da tradição senegalesa, outros expressam preocupações sobre os direitos das mulheres e a igualdade de gênero.
Bassirou Diomaye Faye já expressou publicamente seu orgulho por sua situação conjugal, afirmando durante a campanha que suas esposas são “formidáveis” e que ele tem “filhos lindos” graças a elas. No entanto, muitas mulheres senegalesas são contrárias à poligamia, e a prática contribui para a discriminação contra elas, de acordo com relatórios de direitos humanos da ONU.
A presença de duas primeiras-damas levantou questões sobre protocolos e tradições a serem seguidos no país. O escritor senegalês Penda Mbow afirmou que a situação conjugal do presidente eleito exige uma revisão dos protocolos tradicionais.
Embora seja difícil estimar a prevalência da poligamia no Senegal devido ao número significativo de casamentos não registrados, dados de 2013 indicam que aproximadamente um terço das pessoas casadas no país estão em uniões polígamas. Para alguns analistas, a atitude aberta de Faye sobre sua poligamia pode encorajar outros homens a assumirem sua condição semelhante.
Fonte: G1
