Problemas de infraestrutura freiam crescimento do Brasil em 2014, diz FMI

Cena usual: fila de caminhões para acesso ao Porto de Santos (SP)
Luiz Fernando Menezes/Fotoarena

O crescimento da economia brasileira em 2014 caiu de 2,3% previsto no início do ano para 1,8%, segundo projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional) em seu relatório “Perspectiva Econômica Global” divulgado nesta terça-feira (8).


Os pontos que afetarão a expansão do Brasil, segundo o FMI, são problemas na cadeia de abastecimento, sobretudo em infraestrutura, e a fraqueza da demanda privada.

A queda no crescimento do País, que deverá crescer e 2,7% em 2015, se enquadra em um contexto de maior pessimismo sobre a economia da América Latina.

Segundo o relatório, a América Latina crescerá 2,5% em 2014, quatro décimos a menos do que o previsto em janeiro, em um ambiente marcado por fortes diferenças regionais. A expectativa de crescimento da região para 2015 também baixou para 3% em 2015, três décimos a menos do que o calculado anteriormente.

Leia mais notícias de Economia e ajuste suas contas

A fraqueza nos investimentos e o menor empurrão do setor exportador foram os principais freios da região em 2013, apontou o Fundo Monetário Internacional. O relatório destacou que a maioria de divisas e mercados de dívida e ações na América Latina e no Caribe foram negociados abaixo dos níveis de um ano atrás, reflexo de um ambiente externo mais adverso e da reconsideração das perspectivas da região a médio prazo.

O FMI frisou ainda as grandes diferenças na região. O organismo indicou o caso do México, cujo PIB (Produto Interno Bruto) avançará 3% em 2014 e 3,5% em 2015, após um crescimento de apenas 1,1% em 2013. As perspectivas de crescimento futuro no País são altas graças às reformas econômicas em andamento, sobretudo nos setores energético e de telecomunicações, segundo o FMI.

O relatório prevê, por outro lado, que a recuperação nas economias avançadas terão um impacto positivo no comércio da América Latina. Contudo, o impacto será diminuído pelos preços mais baratos das matérias-primas, as condições menos favoráveis nos mercados financeiros e gargalos nas cadeias de abastecimento em alguns países.

O FMI prevê que a Argentina crescerá 0,5% neste ano e 1% em 2015, contra 4,3% de 2013. Na Venezuela, as projeções são de uma contração de 0,5% em 2014 e 1% em 2015, contra o crescimento de 1% em 2013. A Bolívia, enquanto isso, crescerá 5,1% em 2014 e 5% no ano seguinte, contra 6,8% de 2013. América Central seguirá sem mudanças e se expandirá a um ritmo de 4% neste ano e no próximo, e o Caribe se expandirá 3,3% em 2014 e 2015.

Países ricos na economia mundial

A maior produção nos países ricos vai alavancar a recuperação da economia global neste ano, projetou o FMI (Fundo Monetário Internacional) em seu relatório “Perspectiva Econômica Global” divulgado terça-feira (8).

O documento alertou, por outro lado, para os riscos das economias emergentes e informou que políticas melhores são necessárias para elevar a capacidade produtiva mundial e evitar período prolongado de crescimento lento.

De acordo com o documento, a produção global deve crescer 3,6% este ano, levemente abaixo do que o previsto em janeiro, e avançar 3,9% no próximo ano.

No entanto, o número esconde divergência cada vez maior entre os países. Enquanto menos austeridade fiscal deve ajudar a liberar o crescimento nos Estados Unidos e na Europa, os mercados emergentes devem crescer mais lentamente do que se acreditava apenas alguns meses atrás devido a condições financeiras mais apertadas, segundo o FMI.

Seja bombardead@ de boas notícias. R7 Torpedos
 

Artigo anteriorAperto monetário no Brasil afetou crescimento, diz o FMI
Próximo artigoFGV: produtos in natura já dão sinais de desaceleração

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui