Programa de passagens aéreas a R$ 200 começará em agosto, diz Márcio França

Foto: Recorte

O programa do governo federal que prevê passagens aéreas a R$ 200 por trecho para públicos específicos, como aposentados, estudantes e pessoas de baixa renda, será anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E já teve a adesão das três principais companhias – Gol, Azul e Latam. Ele está previsto para começar a funcionar em agosto, de acordo com o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França.


O objetivo do governo é aumentar o acesso ao transporte aéreo, que o ministro estima hoje estar restrito a 10% da população. As companhias aéreas confirmam que vão aderir à iniciativa, e o ministro nega que serão oferecidos subsídios com recursos públicos. No entanto, não explicam como o programa vai fechar a conta, já que a média dos bilhetes aéreos no país supera R$ 600.

– Temos 90 milhões de passagens por ano, uma das maiores (emissões) do mundo, mas só 10% dos CPFs voam. Vamos ajudar a resolver o problema no segundo semestre, com o programa de R$ 200 o trecho, ocupando a ociosidade (das aeronaves). Podemos ter 5 milhões de CPFs novos voando – afirmou França ao GLOBO.

Em março, após França anunciar o programa, batizado de “Voa Brasil”, Lula fez uma reunião com seus ministros na qual pediu que anúncios desse tipo fossem discutidos previamente com a Casa Civil, chefiada por Rui Costa. Para França, apesar das notícias de que houve irritação do presidente à forma como a ideia foi aventada, a questão está pacificada.

– O presidente Lula anunciará o pacote, que é mais um arranjo de oportunidades das empresas privadas do que um programa público. E é sem subsídio. Em agosto vamos iniciar com as três (companhias). Já acertamos com elas, agora faltam as concessionárias de aeroportos – disse França.

Preço médio hoje é de R$ 635

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no entanto, a tarifa média das passagens áreas brasileiras para destinos locais ficou em R$ 635,76 em 2022, com aumento de 21,7% sobre 2021. Especialistas ainda têm dúvidas sobre como o programa terá eficácia sem nenhum tipo de subsídio do governo. Há risco de que essas passagens mais baratas possam aumentar o preço das demais.

O ministro, por sua vez, calcula que 21% das cadeiras em voos fiquem ociosas em meses de baixa temporada, que serão o foco do programa. A meta inicial é ocupar 5% dos assentos ociosos e depois passar para 10%.

A ideia, ainda segundo França, é que as pessoas que têm direito ao desconto façam um cadastro diretamente nos sites das companhias aéreas para conseguir comprar as passagens do programa.

Poderão se cadastrar funcionários públicos e aposentados que recebam até R$ 6.800, estudantes que financiem seus estudos com o Fies, bolsistas e todos os inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), que dá acesso a benefícios como o Bolsa Família.

O ministro afirmou também que estão em análise “propostas agregadoras” para o programa, que partiram de hotéis, pousadas e locadoras de veículos que estão de olho nesses novos clientes para a baixa temporada. Esses estabelecimentos, segundo França, poderão dar descontos ao público do programa, utilizando os mesmos cadastros feitos nos sites das companhias aéreas.

Companhias confirmam apoio à medida

Segundo a Latam, a proposta do programa “Voa Brasil” vai ampliar o acesso da população ao transporte aéreo de “forma sustentável”, em uma parceria entre as empresas e o governo federal.

“A Latam quer que mais pessoas viajem de avião no Brasil. Por isso, está à disposição para analisar, propor e viabilizar iniciativas que continuem ampliando o acesso da população ao transporte aéreo”, afirmou a empresa.

Executivos da Gol também informaram que vão participar do programa. Segundo a companhia, o setor da aviação civil está se recuperando da maior crise da história, causada pela pandemia do coronavírus e que políticas públicas que estimulem o turismo são bem-vindas:

“A Gol, empresa que nasceu com o propósito de democratizar a aviação no Brasil, está sempre à disposição para contribuir com o governo na viabilização de um projeto que amplie ainda mais o acesso da população ao transporte aéreo”.

Segundo a Azul, a medida é positiva no sentido de incentivar o acesso da população a esse meio de transporte. A companhia informou que está colaborando com o desenvolvimento do projeto.

“A Azul vê com como positiva a iniciativa apresentada para incentivar o acesso de mais brasileiros ao transporte aéreo”, disse a empresa em nota.

Fonte: Expresso do Sertão

Artigo anteriorNota de Esclarecimento: outros Estados também possuem Mesas Diretoras eleitas
Próximo artigoPrefeito David Almeida participa da 2ª Corrida ‘Movimenta Manaus’

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui