Projeto científico aborda diversificação étnica, em Manaus

Equipe responsável pelo projeto/Foto: Érico Xavier
Equipe responsável pelo projeto/Foto: Érico Xavier
                                   Equipe responsável pelo projeto/Foto: Érico Xavier

Projeto desenvolvido pelo Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), identificou comunidades que vivem no entorno de Manaus, e que se autodefinem indígenas, cujo estudo teve como tema central três eixos: a diversidade étnica na cidade, a identidade e os saberes tradicionais, e foi realizado, em 2015, na Escola Estadual Professor Francisco das Chagas de Souza Albuquerque, localizada no Centro de Manaus.
Os povos indígenas que residem na capital, como baré, tukano, dessana, sateré-mawé, arapaço, miranha, kokama, mura, tariano, deni, munduruku, apurinã, tuyuca, piratapuia, entre outros, ainda sofrem com a estigmatização de suas identidades étnicas que são fomentadas por um senso comum, reproduzidas, às vezes, até nas escolas. O projeto compreendeu os desafios vivenciados cotidianamente pelos povos indígenas, como as violências físicas e simbólicas, a negação de direitos, a construção da cidadania e seus modos de vida culturalmente distintos.


“A escola tem uma diversidade cultural muito grande, principalmente, por ficar no Centro de Manaus. Temos quase 900 alunos em cada turno. A ideia era mostrar um pouco sobre os desafios vivenciados por essas comunidades indígenas na cidade e quais eram esses desafios”, comenta a coordenadora do projeto, professora Elieyd Sousa Menezes.

De acordo com Menezes, o Amazonas é conhecido nacionalmente, e até mesmo mundialmente, por possuir uma população indígena grande. Entretanto, os povos indígenas que moram na cidade sofrem um estigma muito grande. “São pessoas que têm culturas distintas e valores também, conhecimentos tradicionais e tem uma forte relação com seu território apesar de morarem na cidade”, acrescenta.

identidade étnica – A professora comenta ainda que existe um senso comum grande de que o indígena que reside na cidade não é mais índio. No projeto foi mostrado aos alunos que a identidade étnica não depende do lugar que a pessoa esteja, ela é uma construção do sujeito que se identifica com o seu grupo social.  Além disso, foi feito rodas de conversas, levantamentos bibliográficos sobre a questão, em teses, artigos e dissertações.

“Fomos para Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), fizemos visita ao Museu Amazônico, Museu da Amazônia, procuramos alguns espaços onde essas realidades tinham certa visibilidade. Os alunos visitaram também algumas comunidades indígenas na cidade a exemplo da sateré-mawé. Com isso, eles puderam entrevistar e conversar com as lideranças e vivenciar um pouco dessa realidade”, disse a coordenadora do projeto.

O bolsista de alfabetização científica, Gabriel Sena, contou que o projeto mudou a sua visão em relação aos povos indígenas e que o ajudou até mesmo a se relacionar e a entender melhor outras culturas. “Tínhamos pensamentos diferentes sobre os indígenas, mas depois que começamos a participar e a se envolver no projeto vimos que eles não são o que pensávamos. Por exemplo, eu acreditava que eles eram agressivos, mas pelo contrário são muito receptivos”, disse o estudante.

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