Projeto Reeducar do TJ e DPE fecha ano de 2015 com saldo positivo

Alunos do projeto Reeducar do TJ-AM em parceria com a DPE-AM.

“Não deixem nunca a chama da esperança apagar em seus corações. Em 2016, estabeleçam uma meta: a minha vida vai mudar”. Foi o que disse a presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargadora Graça Figueiredo, durante solenidade de encerramento anual do projeto Reeducar, que tenta resgatar egressos do sistema prisional por meio de novas oportunidades de cursos e palestras visando a não reincidência do crime.


O Reeducar vem sendo realizado pelo TJAM 5 anos e é executado por meio de parcerias com a Defensoria Pública do Estado, Ministério Público, OAB e entidades da sociedade civil e organizada. Seu principal foco é desencadear ações de responsabilidade social, fora do ambiente carcerário, para promover apoio sociopsicopedagógico às pessoas beneficiadas com a liberdade provisória.

A cerimonia foi realizada no auditório Luiz Augusto Santa Cruz Machado, no térreo do Fórum Ministro Henoch Reis, onde a presidente foi recebida pela juíza Eulinete Tribuzy, da 11ª Vara Criminal, coordenadora do projeto Reeducar no Estado. A mesa diretora esteve formada pelo secretário de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Pedro Florêncio; pelas juízas Eulinete Tribuzy e Rosário Guimarães Sarmento e pelo defensor público Miguel Tinoco.

Graça abriu a solenidade dizendo que fez questão de participar do evento, apesar da intensa agenda de segunda-feira, para prestigiar todos os egressos do sistema prisional que buscam um novo caminho para as suas vidas e à dra. Eulinete, “que toca esse projeto com tanta dedicação e carinho”.

— Ela passa o ano inteiro visitando o meu gabinete sempre reivindicando apoio para o projeto. É um trabalho social relevante que ela faz no Reeducar – reconheceu a presidente.

“Estudem, abram um novo horizonte. Estabeleçam Uma meta em 2016: “a minha vida vai mudar”

A desembargadora lembrou que já sentou muito à mesa daquele auditório para “julgar meus semelhantes”, citando o período de tempo que presidiu o Tribunal do Júri. “Por isso, hoje, meu coração se alegra ao saber que aqui estão centenas de jovens que erraram sim, mas estão em busca de um redirecionamento para as suas vidas”.

— Não se discute aqui as circunstâncias que os levaram ao caminho do crime. O importante neste momento é que os senhores não deixem a chama da esperança apagar de seus corações, porque todos nós passamos por dificuldades, mas não devemos nos entregar. Lutem para buscar esse novo caminho. Estudem, abram um novo horizonte. Estabeleçam uma meta em 2016: “a minha vida vai mudar” – disse Graça Figueiredo.

Ao fazer uso da palavra, a juíza Eulinete Tribuzy observou que dos 6 mil egressos do sistema prisional que passaram pelo Reeducar, apenas 104 reincidiram na criminalidade. “Esse é o melhor presente de Natal que poderíamos ter”, festejou a coordenadora do projeto.

Idealizadora do Reeducar, a juíza, Eulinete Tribuzy, afirmou que o trabalho de ressocialização de um ex-interno cabe a todos, pois, reduzindo o número de reincidência também diminui a quantidade de presos no sistema prisional.

O advogado Guilherme Tinoco também discursou no evento, fazendo uma avaliação positiva do Reeducar. Para ele, o projeto não vai resolver “todas as mazelas do mundo”, mas é importantíssimo porque “caminha no sentido de combater o retorno à criminalidade”.

— Vocês cometeram um desvio em determinado momento de suas vidas, mas o mundo não acabou. Vocês podem reescrever a sua história, e ainda mais bonita”.

A solenidade foi encerrada com a apresentação musical da orquestra Flauta Doce formando Cidadão, com alunos do colégio da Polícia Militar, que executou “Aquarela”, de Ari Barroso e “Pot-Pourri de Natal”, sob a regência do maestro Hércules Soeiro.

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