Projeto transforma lixo em arte e une escolas rurais à agroecologia no interior do Amazonas

Foto: Divulgação

Iranduba – O projeto Circuito Dramel de Arte, que envolveu mais de 400 alunos de quatro escolas municipais e atua com educação ambiental através da arte, uniu escolas rurais e uma propriedade agroecológica em Iranduba, município localizado a 36 km de Manaus (AM). A iniciativa conta com o patrocínio das empresas Transportadora Associada de Gás (TAG) e WEG.


Durante a 1ª etapa do projeto, crianças do 6º ao 9º ano participaram de oficinas que deram nova vida ao que seria chamado de lixo. As peças produzidas — como esculturas de garça com garrafa pet, ferro e serragem — serão levadas ao Sítio Dramel, onde vão compor uma galeria a céu aberto, ao longo de um circuito ecológico.

Os alunos passaram a ver os produtos descartados sob um novo prisma: “Antes qualquer garrafa eu achava que era lixo. Hoje eu sei que dá pra transformar tudo em algo novo. Isso me fez pensar diferente”, conta aluna do 6º ano Ana Clara Saraiva.

O projeto também despertou o senso de oportunidade e empreendedorismo entre os jovens: “Além de ajudar o meio ambiente, dá até para faturar um dinheiro com o que a gente cria”, destaca a estudante Débora Santos da Costa, também do 6º ano.

Foto: Divulgação

O idealizador do projeto avalia como positiva a mudança comportamental: “O que seria lixo virou arte, e esta arte está mudando o jeito como essas crianças veem o mundo”, afirma o professor e proprietário do sítio, Joaquim Alberto da Silva.

Exposição permanente no sítio

Com 7,5 hectares, o Sítio Dramel é um exemplo de agroecologia. Lá, tudo se reaproveita: o pó de serragem das caixas de abelha vira cama de galinha e, depois, adubo orgânico. O local ainda preserva uma árvore centenária, Sapopemba, que abriga um ninho de Jandaíras — abelhas sem ferrão, nativas da Amazônia.

Em breve, as esculturas sairão das salas de aula e passarão a embelezar o sítio, formando um grande acervo a céu aberto da fauna amazônica. Os alunos / artistas estão ansiosos por este momento: “Eu nunca imaginei que conseguiria fazer uma garça com garrafa pet. Agora minha arte vai ficar num lugar onde muita gente vai ver”, celebra Maísa Ketllen de Souza, do 8º ano.

Para Joaquim, “a floresta não é um obstáculo ao progresso, mas um aliado”. As abelhas, por sua vez, são mais do que produtoras de mel: “Elas são a cereja do bolo. Sem florada não tem mel. Sem mel não tem floresta viva”.

Mais do que um projeto ambiental, o Circuito Dramel é uma semente plantada na mente de cada criança e de cada família da comunidade, à medida que os alunos estão “educando” pais, mães, irmãos… Com a exposição das obras no sítio a semente começa a florescer com mais intensidade, mostrando que é possível construir um futuro mais verde, sensível e sustentável.

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