PSDB quebra tabu e elege Reinaldo Azambuja governador de Mato Grosso do Sul

Rodrigo Azambuja, governador eleito de MS
Rodrigo Azambuja, governador eleito de MS
Rodrigo Azambuja, governador eleito de MS

Pela primeira vez em 20 anos, nem PMDB nem PT assumirão o governo de Mato Grosso do Sul. Quem venceu as eleições no Estado foi o candidato que pregava a “mudança”, o tucano Reinaldo Azambuja.

Com 91% das seções apuradas no Estado, o deputado federal somava 55,3% dos votos, ante 44,6% de Delcídio Amaral (PT), e o resultado estava matematicamente definido.


Proprietário rural, Azambuja chega ao cargo com a promessa de fazer um governo ético e honesto, sua principal bandeira nesta campanha, em que fez forte oposição ao PT desde o primeiro turno.

Seu adversário era chamado de “Delcídio do PT”, e seus programas eleitorais criticavam o modo como “o governo federal do PT” deixou de investir em saúde e segurança nas fronteiras.

O discurso fez efeito num Estado agropecuarista e com eleitorado conservador, como analisam especialistas e políticos ouvidos pela reportagem.

Mais do que isso, Azambuja resistiu a um bombardeio do adversário, que comparou suas biografias, rememorou denúncias contra o tucano e fez acusações no horário eleitoral que renderam quase duas horas de direito de resposta. O PT chegou a reclamar de parcialidade da Justiça.

Enquanto Delcídio, senador há doze anos, expansivo e articulado, ia para o ataque, Azambuja, com jeito sério e reservado, rebatia com parcimônia e acusava o adversário de desespero. “Ele tem esse jeito manso, de bom moço. Funcionou”, diz o analista político Eron Brum, doutor em comunicação e ex-professor da UFMS.

Para além do discurso, Azambuja também mostrou ser forte politicamente, especialmente com um adversário como Delcídio, um dos mais proeminentes políticos do Estado e com forte atuação no Senado.

Emendas parlamentares

O petista se preparava para ser candidato havia doze anos. Conversara com os principais partidos e tinha milhões de reais em emendas parlamentares obtidas para os municípios.

O tucano, deputado federal em primeiro mandato, conseguiu articular sua candidatura com uma “caravana política”, o Pensando MS, que percorreu todos os 79 municípios durante um ano, colhendo sugestões e conversando com líderes políticos.

Numa das campanhas mais caras do país, com previsão de gastos de R$ 35 milhões, Azambuja obteve o apoio da maioria dos prefeitos e conseguiu agregar nove partidos ao seu projeto no segundo turno –Delcídio ficou com apenas dois.

O apoio do poderoso PMDB, porém, quase foi seu calcanhar de Aquiles. O partido que hoje governa o Estado não apoiou o tucano oficialmente, já que parte dele declarou neutralidade, inclusive o atual governador André Puccinelli.

Mas Azambuja posou para foto e fez discurso ao lado da família Trad, uma das mais tradicionais da política estadual e cujo candidato, Nelsinho Trad, ficou em terceiro lugar na disputa.

Delcídio partiu para cima. Acusou o tucano de ser “o candidato dos poderosos” e “duas caras”, já que falava de mudança e se aliou ao status quo. Não foi suficiente.

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