Quadrilha suspeita de aplicar golpe de R$ 1,5 bi é alvo de operação no Paraná

Foto: divulgação/Polícia Civil

Um esquema bilionário que aplicava golpes por meio de supostos investimentos em bitcoins é alvo de uma operação da Polícia Civil. O prejuízo estimado pela Delegacia de Estelionato de Curitiba ultrapassa R$ 1,5 bilhão. Cerca de cinco mil vítimas foram atraídas pelo golpe e a organização criminosa movimentou, efetivamente, pelo menos R$ 150 milhões. A promessa de rendimentos variava entre 3% e 4% ao dia.


Cerca de 50 policiais estão nas ruas desde as primeiras horas desta quinta-feira (5) para cumprir 62 mandados judiciais em Curitiba, Pinhais e Piraquara, na região metropolitana, em Pontal do Paraná, no litoral, e em São Paulo (SP). São 11 mandados de prisão temporária e 11 ordens de busca e apreensão.

Além disso, a Justiça do Paraná autorizou o bloqueio de 16 contas bancárias e mandou sequestrar 24 veículos ligados aos investigados. O delegado titular da Delegacia de Estelionato, Emmanoel David explica que as cinco mil vítimas foram atraídas pelas redes sociais e mensagens em aplicativos, como o WhatsApp, com promessas de lucros incompatíveis com a realidade. Os golpistas usavam duas empresas de fachadas – Krypton Unite e Blockchange.

Foto: divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil apreendeu cerca de quatro mil contratos, que serão analisados individualmente no curso das investigações.

A BandNews FM Curitiba acompanha vítimas do esquema desde agosto deste ano. Centenas de investidores de Curitiba tentavam, havia meses, reaver o dinheiro investido. Os saques estavam suspensos e os suspeitos alegaram que os recursos estariam bloqueados na Argentina após um revés financeiro. A empresa sediada em Curitiba pediu aos investidores um prazo de três meses para resolver o problema e devolver o dinheiro: o prazo acabou, foi estendido, mas nenhum sinal foi apresentado aos clientes lesados.

Um dos investidores prejudicado é o engenheiro agrônomo Daniel Silvério. Ele relata ter feito um depósito inicial para testar a idoneidade da ferramenta.

No início, o retorno financeiro veio como prometido. E isso deu confiança para que mais pessoas da família de Silvério decidissem arriscar.

O mesmo modo de operação foi relatado por outras vítimas. Depois de ouvir histórias de investimentos bem sucedidos, o representante comercial Izaque Gomes da Silva resolveu aplicar um plano de saques a médio e longo prazo. Mas ele nunca mais viu “a cor” do dinheiro.

Foto: divulgação/Polícia Civil

A BandNews FM tentou contato com as empresas e intermediários por meio de todos os contatos disponibilizados.

Contratos analisados pela reportagem indicam que a empresa prometia rendimentos de até 3% ao dia. Conforme a Polícia Civil, em outros casos, as promessas eram de rendimentos diários de 4%.

O economista Marcos Silvestre, colunista de finanças pessoais da BandNews FM, faz um alerta sobre fraudes e golpes travestidos de “oportunidades de investimentos”:

O grupo criminoso investigado nesta operação deve responder por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento particular. Os resultados da operação devem ser divulgados ao longo do dia.

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