Quarentena contribuiu para consumo maior de alimentos saudáveis, diz estudo

Brasileiros passaram a consumir mais alimentos saudáveis durante a quarentena/Foto: Reprodução

Desde janeiro de 2020, o Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo) vem realizando a pesquisa Estudo NutriNet Brasil, cujo objetivo é observar 200 mil brasileiros ao longo de uma década para encontrar possíveis associações entre hábitos alimentares e o desenvolvimento de doenças crônicas.


Após quase 12 meses de apuração, já é possível perceber uma diferença significativa nos padrões alimentares das pessoas: do período de fevereiro (quando ainda não havia casos de COVID-19 no Brasil) até maio, o aumento do consumo de alimentos saudáveis subiu de 40,2% para 44,6%.

Tudo indica que a quarentena foi um fator decisivo para isso, pois as pessoas começaram a passar mais tempo em casa e, consequentemente, a preparar sua própria comida. Ao assumir o fogão, todos temos mais liberdade para escolher o que comer e não dependemos tanto de fast food e industrializados, que acabam ganhando pela praticidade quando estamos fora de casa.

Indo além de bons hábitos alimentares, a quarentena também ajudou as pessoas a reverem sua rotina como um todo. Uma pesquisa realizada pela C.Lab (laboratório de pesquisas da Nestlé), com pessoas entre 25 e 55 anos de idade, concluiu que 73% dos entrevistados desejam manter uma rotina mais saudável após o fim da pandemia, incluindo alimentação equilibrada, prática de atividades físicas, etc.

Este período de isolamento ajudou as pessoas a pensarem mais em sua saúde e bem-estar. De acordo com os dados apurados pela C.Lab, 59% dos entrevistados passaram a praticar algum exercício físico ou meditar diariamente durante a quarentena – o que novamente foi algo determinante, pois todos conseguiram encaixar essas atividades dentro de sua rotina por passar mais tempo em casa.

Ao mesmo tempo em que as pessoas melhoraram seus hábitos alimentares em diversas regiões do país, o Estudo NutriNet Brasil ainda observou que, no mesmo período, houve um retrocesso nas regiões Norte e Nordeste. O consumo de ultraprocessados aumentou de 8,8% para 10,9% – uma estatística bem preocupante.

Acredita-se que parte disso se dá pela desigualdade social que assola essas regiões. Muitas pessoas do Norte e Nordeste do país não puderam aderir ao isolamento e continuaram suas rotinas de trabalho normalmente, mantendo uma alimentação ruim ou até mesmo intensificando maus hábitos alimentares.

De qualquer forma, esse isolamento estabeleceu um regime de home office que muitos empregadores estão aderindo como forma definitiva de trabalho, o que certamente será de grande ajuda para essas pessoas que estão conseguindo manter uma rotina saudável sem sair de casa.

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