A quarta revolução industrial, o Brasil e a ZFM – por Osíris Silva

Economista Osiris Silva (AM)

A quarta revolução industrial, também conhecida como 4.0, foi o tema da vez do Fórum Econômico Mundial, que se realiza anualmente no mês de janeiro, em Davos, Suíça. Klaus Schwab, o fundador e CEO do Fórum lançou o livro “A Quarta Revolução Industrial”, que logo se tornou best-seller. A obra defende que as mudanças tecnológicas são tão amplas que significam, sim, uma nova revolução.


Não só das fábricas, mas do sistema inteiro. “Estamos no auge de uma onda de descobertas ligadas à conectividade: robôs, drones, cidades inteligentes, inteligência artificial, pesquisas sobre o cérebro. Pouca gente está enxergando as implicações de longo prazo disso”, afirmou, em entrevista recente à revista norte-americana Time.

Três razões básicas demonstram que “as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países”. Klaus Schwab, egresso da Harvard University, Instituto Federal de Tecnologia de Zurique e Universidade de Friburgo, na Suíça, pondera que “o mundo passou por três processos históricos transformadores.

Economista Osíris Silva (AM)

A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações”.

A nova onda revolucionária traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas, baseada num projeto de estratégia de alta tecnologia da Alemanha, trabalhado desde 2013 para levar sua produção a uma total independência do ser humano. A automatização, conforme demonstra, “acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nuvem.

Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de cooperar – entre eles e com humanos – mediante a internet das coisas. Durante a realização do Fórum de Davos, versão 2017, constatou-se, segundo Time, “uma antecipação do que os acadêmicos mais entusiastas têm na cabeça quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D”.
Contudo, alguns analistas defendem que esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: a indefinição quanto aos impactos sobre o emprego. Positivo ou negativo, por enquanto muita especulação. Acaba ou cria mais postos de trabalho? No final do século 17 foi a máquina a vapor que pulverizaria empregos. Não pulverizou, criou ainda mais.

Desta feita “serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos os responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas”.

Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar. Com efeito, no jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. Uma das formas de desigualdade que mais preocupa é a dos valores, disse à BBC Brasil Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade, da Universidade Estatal do Arizona (ASU). Escola para o Futuro da Inovação? Sim, existe.

Nos Estados Unidos. Japão, Alemanha, China chegando, aproximam-se do topo da escala tecnológica. A maioria dos países, não. Quanto ao Brasil, a ZFM, onde nos encontramos? Impossível não desconfiar de quais benefícios, de fato, 2073 poderá ter carreado à nossa economia. Frágil hoje. Mais ainda amanhã? É o que precisamos conferir. Cientificamente.

*Osíris Silva é economista.

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