Reciclagem de lixo plástico reduz custos na Construção Civil e no Agronegócio

Tijolo feito de material reciclado - Foto: Divulgação

O Brasil produz, em média, 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, o que coloca o país em 4º lugar no ranking das nações que mais geram esse tipo de lixo. Além disso, cada brasileiro produz em média 1kg de lixo plástico por semana e somente 145.043 toneladas são recicladas anualmente. Os dados são do estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF – em inglês).


Segundo a pesquisa, o Brasil é o que menos recicla entre os maiores produtores de lixo plástico, ficando atrás de Estados Unidos, China, Índia, Indonésia, Rússia, Alemanha, Reino Unido, Japão e Canadá. Das 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico geradas anualmente em território brasileiro, apenas 1,2% é reciclada. O índice de reciclagem está abaixo da média mundial — que é de 9%.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) em Manaus, capital do Amazonas, por exemplo, de janeiro a novembro de 2018, “a Coleta Seletiva foi responsável pelo recolhimento de 10.442 toneladas de materiais recicláveis” e a taxa de recuperação de materiais recicláveis alcançou a índice de 2,0%, “indicando um ciclo crescente, já que em 2017 esta taxa ficou em 1,8%”.

Agronegócio

O plástico é um tipo de material quase indestrutível. No meio ambiente, ele só se divide em partes menores, nunca por inteiro, e a natureza não consegue “digeri-lo”. O custo da poluição é alto. Conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a poluição causada pelo plástico gera mais de US$ 8 bilhões de prejuízo à economia mundial.

O setor agropecuário, primordial para a economia brasileira, tem na base de boa parte de seus processos a utilização do plástico. Entretanto, segundo o professor do Instituto de Pós-graduação e Graduação (IPOG), Kelson Costa, a reciclagem aparece como uma alternativa viável para os produtores por meio do chamado “plástico verde”.

“Resultado da combinação de inovação, tecnologia e sustentabilidade, o Plástico Verde captura 3,09 toneladas de CO2 para cada tonelada de resina de origem renovável produzida, de acordo com Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) realizada pela consultoria ACV Brasil e com revisão técnica de um painel composto pelo Institute for Energy and Environmental Research GmbH (IFEU) e pela Michigan State”, afirma.

Ainda segundo Costa, a aplicação da reciclagem no agronegócio não só é possível como está sustentada pela Lei 12.305/2010, que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

“A PNRS define a logística reversa como um “instrumento de desenvolvimento econômico e social de maneira a viabilizar um conjunto de ações que visam a coleta e a restituição dos produtos e resíduos sólidos ao setor empresarial, para o reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada, de forma a minimizar o envio de materiais para disposição”, diz.

Tijolo feito de material reciclado – Foto: Divulgação

Construção civil

Um outro setor que pode se beneficiar da reciclagem de lixo plástico para a redução de custos é a construção civil. Construção gera entulho e o que fazer com esse entulho é uma dúvida que paira sobre a cabeça de muita gente.

A reciclagem é uma opção para reduzir o impacto ambiental desses resíduos. Segundo a professora no IPOG, Ana Paula Abi-faiçal Castanheira, o ideal é que o lixo plástico seja entregue para empresas especializadas na reciclagem deste tipo de material. “O lixo plástico deve ser entregue para empresas que processam este plástico, para que elas façam a reciclagem. A grande responsabilidade da construção civil, hoje em dia, é procurar gerar o mínimo de resíduo possível e deixá-lo separado para facilitar a entrega para essas empresas processem”, afirma, frisando que deve-se dar atenção extra para a escolha por uma empresa especializada em reciclagem.

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