Redirecionando energias – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Escrevendo em jornais e blogs, completando 22 anos de escritas as vezes às pressas, outras nem tanto, mas sempre com o olhar de não ferir suscetibilidades, mesmo assim as vezes criticado em e-mails ou comentários no face book, o fato é que todos nós gostamos de marcar os outros com nossa visão de mundo e ser por eles marcados.


Lembro-me das marcas deixadas por leitores que me nutrem o coração com reações do tipo: seu artigo lavou-me a alma, me fez rir, me comoveu, me fez dizer “É isto mesmo”. Sinalizam que não estou sozinho em meus modos de perceber e de pensar. Também sou construtivamente marcado pelos que discordam e criticam, pois me ajudam a manter a mente aberta.

Inspirados em indignações ou encantamentos, meus artigos refletem a marca de valores legados pelos construtores da minha bagagem em seus “recados de vida”: Ignorância gera besteira ou desgraça. Pode ser melhor, sim. Desconfie sempre do governo e não confie demais na oposição. Discurso é ação e o autor deve ser responsabilizado por suas palavras. O preço das decisões é para ser pago sem queixas. Imoral é enganar os outros. O bem que fizeres retorna a ti, o mal também. Sede assim, qualquer coisa, serena, isenta, fiel. Quem merece de Deus os dias e as noites, merece de nós bom dia, desculpe e obrigado. Faz vinte e dois anos que comecei a escrever semanalmente.

Entre pesadas máquinas de escrever Olivetti, na velha redação de A Critica, tive a atenção fraterna do já experiente Chefe de Redação Carlos Martins, cujo bom humor e coleguismo são inesquecíveis. Depois de outros tantos anos como articulista do Jornal do Comercio do saudoso Guilherme Aluísio, eis-me colaborador da página de Opinião, onde publiquei mais de 1580 artigos. Falei de mazelas sociais, desmantelos urbanos, amor, ética, política, religião e até futebol.

Com profissionalismo, respeitei rigorosamente o limite determinado para o tamanho dos textos, apurando forçosamente um estilo enxuto que parece agradar à minha vintena de leitores. Após todos esses anos, é tempo de redirecionar energias, sem abandonar a causa do respeito às diferenças nem o sonho de melhora da cidade e do Mundo.

Quando falo de redirecionar energias, é não escrever mais sobre política, porque é um tema desgastante para mim e para os leitores/eleitores. O labor e a responsabilidade de expressar ideias esculpindo textos são para mim, também curtição. Ao fechar este ciclo, sou grato aos leitores, que me motivaram, Glaucia Chair pelo convite para colaborar com esta página, a Rosangela, pelo continuado apoio e ao anjo da guarda de meus artigos no buraco negro da Internet, e a tantos outros que fazem o jornal EM TEMPO, e mais ao Carlos Branco no seu blog pessoal, ao Face book, a Renata do Correio Amazonense. Prossigo de olho no mundo, de coração nos afetos, de alma na trilha da paz. Continuo como artesão de textos em outros contextos, nutrindo a humilde esperança de marcar um pouco os outros com minha visão de mundo e ser por eles marcado.

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