Reduzir meta fiscal é ilusão e pode até aprofundar arrocho, diz Levy

Ministro Joaquim Levy, entrevista à Folha/Foto: Pedro Ladeira(FPress)

Em meio a uma disputa interna no governo sobre o tamanho do aperto nas contas públicas neste ano, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) disse à Folha que reduzir a meta fiscal é uma “ilusão” e pode até levar a um aprofundamento do arrocho.
Bem-humorado, apesar de derrotas recentes no Legislativo, Levy recebeu a Folha na quinta-feira (16), à noite em seu gabinete e foi logo dando seu recado: “Os observadores às vezes têm uma ilusão. ‘Ah, então baixou a meta porque acabou o ajuste’. Na verdade, se tiver de baixar, é porque o ajuste tem de continuar, tem de se aprofundar”.


Depois de uma hora de entrevista, fez questão de reforçar sua visão sobre a disputa que o coloca em lado oposto ao da ala política do governo e do Ministério do Planejamento, defensores de uma redução imediata da meta fiscal. “É ilusão, ‘baixou a meta, então acabou o ajuste’. Não, baixou é porque vai ter mais ajuste”, repetiu.

Levy elabora medidas para tentar assegurar a economia de 1,1% do PIB estabelecida pela meta. A ala política quer baixá-la para 0,6%, a fim de gastar mais. O Planejamento argumenta que ficou impossível cumpri-la em ano de recessão.

Criticado por falar só em ajuste fiscal num ano de recessão, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) diz que “a fraqueza da economia” não vem das restrições orçamentárias, mas justamente das “incertezas e indefinições” porque o ajuste não está completo.

Segundo ele, os “cenários assustadores”, como uma retração de 2% do PIB, não vão acontecer se medidas estruturais reanimarem a economia, e o Brasil não perderá sua nota de bom pagador se conseguir concluir o ajuste.(Folha)

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