
O sistema público de saúde do Reino Unido (NHS) passou a oferecer um novo exame de sangue considerado revolucionário no diagnóstico e tratamento de cânceres de mama e pulmão. A chamada biópsia líquida permite acelerar o início do tratamento e, em alguns casos, evitar a quimioterapia.
O Reino Unido é o primeiro país do mundo a incorporar oficialmente essa tecnologia como etapa inicial na abordagem oncológica. O exame identifica fragmentos de DNA tumoral circulantes no sangue, conhecidos como ctDNA (DNA tumoral circulante), que indicam mutações genéticas específicas. Com base nessas informações, médicos conseguem definir com mais precisão a melhor conduta terapêutica.
“É emocionante ver essa abordagem nos ajudando a escanear o corpo com um único exame de sangue. Isso nos dá velocidade e precisão para salvar mais vidas”, afirmou Peter Johnson, diretor clínico nacional do NHS.
Tratamento mais rápido e personalizado
Segundo o NHS, a biópsia líquida já foi utilizada em mais de 1.600 pacientes com suspeita de câncer de pulmão e em 600 mulheres com câncer de mama avançado. Os testes indicaram que, nos casos de câncer de pulmão, o exame permitiu antecipar o tratamento em até 16 dias.
Além da rapidez, o exame também representa um avanço na medicina personalizada, ao possibilitar tratamentos mais adequados ao tipo e comportamento específico do tumor de cada paciente.
Redução de custos para o sistema público
De acordo com uma avaliação independente, a adoção da biópsia líquida pode gerar uma economia anual de cerca de 11 milhões de libras apenas nos casos de câncer de pulmão. A redução de procedimentos invasivos e o início mais rápido do tratamento contribuem para esse resultado.
Expansão para outros tipos de câncer
Diante dos resultados positivos, o NHS pretende ampliar o uso do exame para outros tipos de câncer, como os de pâncreas e vesícula biliar.
“Esta é a primeira vez que implementamos nacionalmente uma estratégia de ‘biópsia líquida primeiro’. Isso nos mostra que é possível revolucionar o tratamento do câncer com algo tão simples quanto uma coleta de sangue”, destacou o professor Alastair Greystoke, líder do projeto.
Fonte: Só Notícia Boa