Um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em colaboração com a Universidade de Oxford, revela que 1,1 bilhão de pessoas vivem na pobreza em todo o mundo. Destes, quase metade (455 milhões) está em países em guerra ou em situações de paz frágil. Divulgado nesta quinta-feira (17) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em celebração ao Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, o estudo destaca que a pobreza afeta, em sua maioria, crianças — cerca de 584 milhões de pessoas.
A pobreza é mais intensa nas zonas rurais, onde 28% da população vive nessa condição, em comparação aos 6,6% que vivem nas áreas urbanas. A África Subsaariana e o sul da Ásia concentram 83,2% das pessoas em situação de pobreza, sendo 553 milhões na África Subsaariana e 402 milhões no sul da Ásia. Sub-regiões como o Sahel, além de países como Níger, Chade, e República Centro-Africana, estão entre as mais afetadas.
Na América Latina, 3% da população pobre (34 milhões) vivem nessa condição. O relatório também aponta que dois terços das pessoas em situação de pobreza vivem em países em desenvolvimento, representando 749 milhões de pessoas. Metade dos pobres carecem de eletricidade, e 482 milhões vivem em famílias onde crianças abandonaram a escola.
O estudo do PNUD destaca que a taxa de pobreza nos países em conflito é de 34,8%, muito superior aos 10,9% dos países sem conflitos. Dos 455 milhões de pobres em regiões de guerra, 218 milhões estão em áreas de conflito ativo. Achim Steiner, diretor do PNUD, alertou para o impacto devastador dos conflitos, que aumentaram nos últimos anos, agravando a pobreza e deslocando milhões de pessoas. Ele destacou a necessidade de recursos e intervenções específicas para ajudar as populações em situação de vulnerabilidade a superar o ciclo de pobreza e crise.
Fonte: Agência Brasil