Remédios terão aumento de até 4,33% a partir de 1º de abril

Expectativa é que reajuste seja de, no máximo, 4,33% - Foto: Divulgação

A consultora de e-commerce Patrícia Maciel vai comprar dois remédios de uso contínuo até o final do mês de março para evitar o reajuste do setor, que entra em vigor neste domingo (31). Ao todo, Patrícia vai adquirir nove caixas de remédios — três de anticoncepcional e seis para tratamento de acne.


Segundo o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), a Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) confirmou o índice único de reajuste anual de preços de medicamentos para 2019 em 4,33%.

Isso significa que um remédio vendido a R$ 50 pode custar R$ 52,16 ao longo do ano. Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde afirmou que o reajuste será divulgado até dia 31 de março.

O Sindusfarma afirma que no acumulado de 2001 a 2018, a inflação geral somou 203,01% e o reajuste ficou em 169,38%. O sindicato garante, no entanto, que os preços não são aumentados automaticamente por drogarias e farmácias.

Segundo o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, a carga tributária sobre os remédios é o que mais impacta o bolso dos brasileiros. “A queda dos impostos dos medicamentos fará com que famílias e governo gastem muito menos para cuidar da saúde, com efeitos benéficos para toda a sociedade brasileira em produtividade, bem-estar e geração de riqueza”, afirma.

Expectativa é que reajuste seja de, no máximo, 4,33% – Foto: Divulgação

O economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas) André Braz afirma que as famílias com idosos são as mais impactas pelo aumento do custo dos remédios, já que são pessoas que costumam precisar de medicamentos específicos de uso contínuo.

Hoje, o reajuste das aposentadorias é determinado de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice que mede a inflação oficial do país. Em 2018, o índice fechou o ano em 3,75%, número menor que o esperado para o reajuste de remédios (4,33%), o que deve gerar aumento no custo de vida destes brasileiros.

“Se as aposentadorias são orientadas pelo IPCA, vai haver um aumento real. Isso mostra que as famílias vão precisar diminuir algumas coisas superficiais para comprar os remédios”, afirma Braz.

As casas com pessoas mais jovens não sentem tanto o impacto do reajuste, já que este público tende a consumir menos remédios.

Para Mussolini, não há como definir qual grupo social é o mais afetado pelo reajuste dos medicamentos. Para ele, os aumentos não chegam à sociedade de maneira tão imediata e comenta sobre os descontos que as farmácias costumam dar aos clientes, seja pelo cadastro no estabelecimento ou pelos planos de saúde.

“Outra questão importante que se pode levantar é que as pessoas com mais idade são aquelas que mais consomem medicamentos e eventualmente poderiam sofrer um impacto maior, mas nós não acreditamos nisso”, afirma.

Fonte: R7

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