
O Grupo Riachuelo desmentiu a informação de que fecharia seu Centro de Distribuição em Manaus, após a divulgação de que o mesmo seria transferido para o Paraguai. Mas, como diz o dito popular, onde há fumaça, há fogo, os empresários e fornecedores do setor começaram a se movimentar para evitar a provável mudança.
A verdade é que empresários, entidades e políticos estão com o “alerta ligado” porque a ameaça é real. Isto porque o Paraguai, com uma política econômica agressiva, pretende levar as grandes indústrias hoje instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) para lá.

As grandes vantagens fiscais e a energia barata oferecidos pelo governo paraguaio, são os principais fatores que dificultam a manutenção das empresas aqui na Zona Franca de Manaus. As facilidade e apelos fiscais paraguaios se mostram mais atrativos para as empresas, além da logística favorável.
A preocupação é tanta, que empresários, entidades e políticos liderados pelo governador José Melo já estão se mobilizando para frear as investidas paraguaias.
O contra-ataque à investida Paraguai começou com a bancada amazonense que esteve reunida no, 8 de março, em Brasília com o governador José Melo para tratar série de medidas que devem ser analisadas pelo Governo Federal de interesse direto do Estado do Amazonas.
Uma dessas medidas é referente à defesa da Zona Franca de Manaus, a partir de uma ação junto aos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Indústria e Comércio, com uma lista elencando vários produtos que já estão em análise para ter o Processo Produtivo Básico (PPB) liberado pelo Governo Federal, para que possam ser produzidos no Polo Industrial de Manaus.
Na oportunidade, o deputado federal Pauderney Avelino (DEM) fez um alerta em relação ao regime diferenciado econômico que o Paraguai está oferecendo, atraindo empresas não só da China mas também do Brasil, podendo ser um concorrente direto da ZFM. “O Paraguai está muito próximo das regiões Sul e Sudeste do País, que são os principais centros consumidores dos produtos fabricados no Amazonas”, alerta Pauderney.
Para o deputado, o Paraguai pertence ao bloco do Mercosul e não tem certas exigências que outros países teriam para exportar para o Brasil. Além disso, tem praticado uma legislação trabalhista que retira muitas obrigações dos empresários, reduzindo a carga tributária muito mais atrativa e com uma energia mais barata. “É preciso acender a lanterna amarela para esta situação de concorrência fora dos padrões de mercado”, afirma.