Ribeirinhos e indígenas de Tapauá rumo ao desenvolvimento sustentável

Foto: Divulgação

A vibrante comunidade de Tapauá, situada no coração da exuberante Floresta Amazônica, tem sido o palco de uma iniciativa inspiradora voltada para o fortalecimento das atividades de subsistência. Extrativistas e indígenas de diversas comunidades, imersos na riqueza natural da Floresta Estadual (FES) Tapauá e em terras indígenas do Médio Purus, uniram forças para impulsionar suas economias locais e promover a conservação ambiental.


O cenário foi marcado pelo 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá, realizado com sucesso em abril, nas dependências da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) no município. Promovido pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), por meio do projeto Governança Socioambiental Tapauá, o evento reuniu uma gama de especialistas do setor público e do terceiro setor. Juntos, eles compartilharam uma visão estimulante: as práticas ancestrais de pesca, agricultura familiar e extrativismo podem se converter em fontes sólidas de renda, ao mesmo tempo que preservam os preciosos recursos naturais da região.

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Edilson Santana da Silva, presidente do Conselho Fiscal da Associação Agroextrativista dos Moradores da Floresta Estadual de Tapauá (AAMFET), personifica a tradição e a continuidade dessas práticas. Para Edilson, cuja família está ligada à atividade extrativista da castanha-da-amazônia há gerações, o vínculo com a terra e seus frutos é um legado que atravessa o tempo. Sua história ecoa os esforços incansáveis de gerações passadas, um testemunho vivo da resiliência e da sabedoria acumulada ao longo dos anos.

A organização comunitária, exemplificada pelas associações locais, emerge como um farol de esperança para um futuro mais promissor. O otimismo de Edilson ecoa nas palavras de Francinete Apurinã, presidente da Associação das Mulheres Indígenas Artesãs de Tapauá (Amiata). Para Francinete, o seminário representa um marco histórico, proporcionando não apenas conhecimento sobre regras e procedimentos, mas também o apoio vital necessário para capacitar e fortalecer as associações locais.

A voz de Raimundo Chagas dos Santos, líder indígena do povo Mamori, ressoa com um apelo urgente por igualdade e reconhecimento. Ele destaca a importância de projetos, políticas públicas e benefícios que alcancem todas as comunidades, incluindo as populações indígenas. Sua mensagem é clara: a busca pela prosperidade não pode deixar ninguém para trás.

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O 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá não foi apenas um evento, mas sim um catalisador de mudanças e um símbolo tangível do progresso em curso. O plano de ação delineado durante o seminário aponta para um futuro de colaboração contínua e crescimento sustentável. Essa jornada é fruto do compromisso coletivo de diversas entidades, incluindo o Idesam, a Prefeitura Municipal de Tapauá, o ICMBio, a Sedecti-AM, a Sema-AM, o Idam e a UEA, além do apoio essencial de associações locais e da comunidade em geral.

O projeto Governança Socioambiental Tapauá, iniciado em 2022 sob os auspícios do Idesam, emerge como uma força vital nessa transformação. Com a parceria estratégica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM), o projeto visa fortalecer as comunidades em Áreas Protegidas de Tapauá, garantindo um futuro próspero e sustentável para as gerações vindouras.

Em Tapauá, onde as águas serpenteiam entre as majestosas árvores da floresta, um novo capítulo está sendo escrito. É a história de um povo que se ergue em união, guiado pela sabedoria do passado e pelo ímpeto de um futuro melhor. Na trilha da sociobioeconomia, eles avançam, um passo de cada vez, rumo a um destino compartilhado de prosperidade e harmonia com a natureza.

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