RO: Prazo de prisões da Operação Plateias vence hoje (24), em Porto Velho

Prisão dos envolvidos na Operação Plateias/Foto: Isis Capistrano
Prisão dos envolvidos na Operação Plateias/Foto: Isis Capistrano
Prisão dos envolvidos na Operação Plateias/Foto: Isis Capistrano

Vence hoje, segunda-feira (24, o prazo das prisões temporárias dos quatro detidos na última quinta-feira (19), durante a Operação Plateias, que revelou um suposto esquema de desvio de verbas públicas e direcionamento de licitações no governo de Rondônia.

Segundo as investigações, eles são os principais articuladores de uma organização criminosa, formada por lobistas e agentes públicos e que teria desviado mais de R$ 57 milhões, em contratos que chegam a quase R$ 300 milhões. A Polícia Federal ainda não informou se irá pedir ao Ministério Público a prorrogação do prazo ou a conversão em prisão preventiva.


Os nomes dos quatro presos não foram divulgados oficialmente. A Polícia Federal informou apenas que dois deles estão em Porto Velho, na Penitenciária de Médio Porte, o Pandinha, um em Ji-Paraná, no Presídio Agenor Martins de Carvalho, e o outro em Brasília, no Complexo Penitenciário da Papuda. Além dos detidos na quinta, pelo menos 131 pessoas foram conduzidas até a última sexta-feira (21) para prestar depoimento, entre elas, o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), apontado como um dos envolvidos. De acordo com a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, as investigações mostraram que o dinheiro do esquema abasteceu a campanha do governador, eleito em 2010 e reeleito neste ano.

Após ser levado à sede da Polícia Federal na quinta para depor, sem ser detido, e prestar esclarecimentos por cerca de seis horas, Confúcio disse, em coletiva à imprensa, que será duro e enérgico na exoneração dos nomes investigados na operação, tão logo haja mínimas comprovações de envolvimento no crime. Segundo a apuração da PF, empresas interessadas em participar de licitações do governo de Rondônia eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais.

Na quinta, também, foram cumpridos mandados de busca em oito secretarias de estaduais de Rondônia, onde foram encontradas irregularidades em processos de licitação. Nas sedes das pastas de Saúde, Justiça, Educação, Desenvolvimento Ambiental, Assistência Social, e Obras e Serviços Públicos, localizadas em Porto Velho, foram apreendidos documentos, processos administrativos, notebooks, mídias e agendas. O material será analisado pela superintendência da Polícia Federal de Rondônia.

Na sexta, 27 mandados de condução coercitiva para localizar envolvidos ainda estavam em andamento. Até o início desta manhã, a Polícia Federal não havia divulgado quantos haviam sido cumpridos. As buscas para esses mandados deveriam ser realizadas em sete estados, no Distrito Federal e na Espanha.

O esquema

Segundo as investigações, que tiveram início em 2012, empresas interessadas em participar de licitações do governo de Rondônia eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais. As licitações eram direcionadas para serem vencidas pelas companhias que faziam parte do esquema criminoso. Em alguns casos, havia até mesmo dispensa de concorrência pública.

Também foram verificados pagamentos indevidos a agentes públicos. Teria sido criado um “fundo de propina”, que chegava movimentar cerca de R$ 2 milhões por mês.
Foram encontradas irregularidades na Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) e em oito secretarias do atual governo: Saúde, Justiça, Educação, Desenvolvimento Ambiental, Assistência Social, e Obras e Serviços Públicos.

Entre os contratos investigados estão o da construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o de fornecimento de alimentos a hospitais e presídios e o de compra de medicamentos

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