Um grupo de pessoas vem se organizando em Boa Vista (RR), via redes sociais, para fazer manifestações contra os venezuelanos nesse sábado (24), na Bola do Trevo, na entrada da cidade. A intenção dos organizadores é gerar conflitos entre roraimenses e venezuelanos, e criar um clima de tensão que possa forçar a expulsão dos imigrantes do território brasileiro.
Eles estão abrigados aos milhares na cidade de Boa Vista, na Bola do Trevo, desde que começaram as imigrações por conta da recessão econômica no país vizinho.
A movimentação de moradores na capital roraimense e invasão da Bola do Trevo, tem todos os ingredientes necessários para gerar conflitos de grandes proporções em toda Boa Vista. Nas redes sociais, os internautas convocam os manifestantes a irem armados com paus, facões e outros objetos que podem provocar ferimentos graves.
Preocupada com a onda crescente de rejeição aos imigrantes venezuelanos e a possibilidade de feridos e mortes, a prefeitura de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), pediu intervenção Federal por não ter condições de controlar o fluxo de imigrantes que chega todos os dias na capital, muitos deles entrando à pé, depois de andarem por mais de 200 quilômetros, da fronteira até Boa Vista.
Moradores informaram ao Correio da Amazônia, que vem observando grande movimentação de topas do Exército nas imediações da cidade. Para um morador, é bem provável que as tropas federais intervenham nas manifestações, como também, nas milícias roraimenses.
Revolta popular
Na tarde de segunda-feira (19), cerca de 300 pessoas invadiram um abrigo improvisado em uma Escola no município de Mucajaí e expulsaram cerca de 50 famílias venezuelanas que viviam ali. Os manifestantes atearam fogo nos imóveis, roupas e objetos pessoais dos imigrantes. No município de Pacaraima que faz fronteira com a Venezuela, cerca de 1500 manifestantes pediram a prefeitura que desista da ideia de transformar o ginásio poliesportivo da cidade para atender venezuelanos.
O Estado de Roraima está com o governo fragilizado pelo processo de Impeachment, por crime de responsabilidade, da governadora Suely Campos (PP), como também, pela renúncia do seu vice, Paulo César Quartiero, que abandonou o cargo em janeiro desse ano.
Governo em crise
Com o governo em crise, a forte imigração impacta ainda mais nos serviços de segurança, saúde e educação levando a um colapso social sem precedentes. O Estado de Roraima não tem estrutura para atender essa demanda e para agravar ainda mais, o governo Estadual vive numa crise política institucional, onde a governadora Suely Campos (PP) responde pelo desvio de R$ 20 milhões do sistema prisional com base no relatório da CPI da Assembléia Legislativa do Estado.
Com isso, a responsabilidade dos problemas da ‘capital estado’, fica para a prefeitura Teresa Surita, que por sua vez, está apelando para a intervenção Federal como forma de não deixar o Estado entrar ainda mais no maior caos social de sua história.
