RR: PF prende empresários acusados de comercialização ilegal de madeiras

Durante a operação Sin Cera, deflagrada ontem pela manhã pela Polícia Federal (PF), foram presos quatro empresários que recebem e comercializam madeira extraída ilegalmente da Floresta Nacional de Roraima e da Terra Indígena Yanomami. Foram cumpridos nove mandados de condução coercitiva e mais nove de busca e apreensão, visando desmantelar o esquema criminoso de desmatamento, transporte e comercialização de madeira. Um dos empresários presos é do Município do Cantá, Centro-Leste do Estado.


Os envolvidos foram presos em flagrante por crime ambiental, enquadrados no artigo 46 da Lei 9.605/1998. Os mandados foram deferidos pela Justiça Federal após representação em inquérito policial.

As buscas e apreensões foram realizadas com a participação de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em domicílios e empresas que recebem e comercializam a madeira ilícita. Foram apreendidos documentos, celulares, computadores e madeiras.

Também estão sendo investigados crimes, como recepção e associação criminosa. Segundo o delegado da PF, Alan Robson Ramos, os empresários recebiam a madeira, que era revendida ou manipulada para comercialização em lojas de móveis da Capital. “O flagrante foi de crime ambiental, mas com base no material apreendido, como notas fiscais e controle de contabilidade, eles podem responder também, se comprovado, por associação criminosa e receptação”, informou.

Segundo ele, a operação Sin Cera é resultante de investigações realizadas em março na Floresta Nacional de Roraima, durante a operação Facção da Madeira, quando a PF flagrou pontos de desmatamento. Na ocasião, foram presos quatro envolvidos e apreendidos agendas, documentos e celulares. “Com a investigação, foram desvendadas as práticas criminosas cometidas pelos empresários presos ontem durante a operação”, informou.

Ramos informou que os empresários deveriam obter autorização dos órgãos ambientais para comercializarem a madeira. Disse que, para extração, comercialização e beneficiamento de madeira, é necessário Documento de Origem Florestal (DOF). “Eles confessaram abertamente que recebiam essa madeira sem a documentação legal. Se a Polícia não atuar, essa madeira continuará sendo retirada ilegalmente. A gente espera cessar essa atividade ou dificultar, e se surgiram outros infratores, também serão combatidos, seja em Boa Vista ou em todo o Estado”, frisou.

“Os envolvidos estão sendo interrogados e indiciados pelas práticas criminosas. As investigações continuam em inquérito policial, com análise do material apreendido, perícias, interrogatórios e indiciamentos dos envolvidos, para que o resultado seja enviado à Justiça Federal”, informou Ramos.

(Folha de Boa Vista)

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