

Após seis dias de protesto, cerca de 150 índios continuam mantendo 23 servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) reféns, na região de Surucucu, na Terra Indígena Yanomami (TIY). Segundo foi informado pela coordenadora do Distrito Especial de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y), Maria de Jesus, hoje, quarta-feira (06), os funcionários têm comida, água e são mantidos no 4º Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro.
Os indígenas iniciaram o protesto na sexta-feira (1º) e cobram a exoneração de Maria de Jesus e do gestor da Sesai, Antônio Alves. Os índios também mantêm quatro aeronaves usadas pela Secretaria retidas em Surucucu. Ao exigir a saída dos servidores, os manifestantes alegam a precariedade nos serviços prestados pela Sesai e pelo Dsei-Y na reserva Yanomami.
À reportagem do G1, Maria afirmou que ‘biscoitos, pães, carnes e bebidas foram enviados aos servidores na segunda-feira (5) em parceria com o Exército. Na ocasião, os servidores também teriam sido transferidos do prédio da Sesai em Surucucu para o pelotão. No sábado (2), 13 dos cerca de 35 servidores que estavam sendo impedidos de sair da região foram libertados.
“É claro que a situação deles [servidores] é crítica. No entanto, eles estão calmos e sabem que estamos negociando para solucionar a questão”, disse.
Em nota, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) afirmou tomar as medidas legais para realizar a remoção dos profissionais de saúde. O documento frisa que os aviões retidos eram utilizados para atendimento dos próprios índios.
O G1 tentou contato com a assessoria de comunicação do Exército Brasileiro, mas as ligações não foram atendidas.
Por telefone, a assessoria da Polícia Federal informou que a instituição acompanha o caso.(G1)