Russos e americanos trocam acusações sobre crise na Ucrânia

Manifestantes pró-Rússia construiram barricadas em volta de prédios públicos de Donetsk, na Ucrânia

AFP

O tom subiu na última terça-feira(8) em torno da crise na Ucrânia, que anunciou que tratará como “terroristas e criminosos” os separatistas pró-Moscou que ocupam prédios oficiais no país, enquanto Washington acusou a Rússia, que advertiu para o risco de uma guerra civil no país vizinho.


Mas, apesar da crescente tensão, os Estados Unidos propuseram “discussões” a quatro — Ucrânia/Rússia/União Europeia/EUA — para acabar com a pior crise desde o fim da Guerra Fria. Moscou indicou que analisa a possibilidade de tais negociações, mas quer que os pró-russos sejam representados.

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À espera de um acordo, o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou que reunirá mais uma vez seu colega russo Serguei Lavrov na próxima semana na Europa.

Na troca de advertências, a Otan alertou a Rússia para as “graves consequências” de uma intervenção na Ucrânia, que seria, segundo a Aliança Atlântica, um grave “erro histórico”.

“Os separatistas que pegam em armas, que invadem edifícios, serão tratados como está previsto na Constituição e nas leis, como terroristas e criminosos”, declarou o presidente ucraniano interino Olexander Turchynov.

“Mas as forças de segurança nunca usarão armas contra manifestantes pacíficos”, disse ele no Parlamento, no que parecia uma resposta às advertências de Moscou sobre o risco de uma guerra civil.

Os pró-russos de Donetsk, que controlam desde domingo a sede da administração regional e que proclamaram uma “república soberana”, não parecem intimidados e têm reforçado suas barricadas.

“Tememos uma ofensiva das forças de ordem”, explicou à AFP Denis, um jovem de 20 anos encapuzado.

Um de seus líderes, Vadim Tcherniakov, reafirmou que eles pretendem organizar antes do dia 11 de maio um referendo sobre uma eventual anexação da região à Rússia e anunciou a formação de “um governo provisório da República de Donbass”.

Já em Kharkiv, as forças de segurança e as unidades especiais “Jaguar” do Ministério do Interior ucraniano iniciaram na segunda-feira à noite uma operação “antiterrorista”, na qual centenas de manifestantes pró-Moscou tomaram a sede do governo local.

De acordo com a polícia, os manifestantes jogaram coquetéis molotov contra o edifício e usaram “armas e granadas”. Três agentes das forças de segurança ficaram feridos, um deles gravemente, e 70 ativistas foram detidos por “separatismo” e “grandes distúrbios”, incluindo o líder do movimento.

A sede das forças de segurança de Lugansk, outra cidade do leste da Ucrânia, permanecem sob controle dos separatistas.

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Cerca de 60 reféns estão no local, segundo os serviços de segurança ucranianos (SUB).

“Os separatistas, com armas e explosivos, impedem cerca de 60 pessoas de sair do local e voltar para as suas casas”, indicou o SUB, que denunciou “métodos utilizados por terroristas”.

Os manifestantes pró-Moscou exigem a organização de referendos sobre uma “federalização” da Ucrânia ou sobre a anexação das regiões à vizinha Rússia, aumentando os temores de uma nova Crimeia, que foi anexada à Rússia em um rápido processo.

 

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