Sai da frente, que o motorista de Manaus acabou de entrar na pista.

O trânsito em Manaus está como se fosse uma pista de competição. É a lei do mais forte, do mais esperto, de quem tem mais coragem de ‘encarar’… Que se dane o outro, o dono do carro mais importante do mundo é o fera das pistas, é o cara que pode tudo e, sai da frente!!!…


Estamos falando dos motoristas descuidados(das) que dirigem como se estivessem sentados(as) em uma canoa na escadaria da Manaus Moderna. Cada um dirigindo do seu jeito, embolados e embolando os outros veículos nas pistas cada dia mais estreitas da cidade.

As carretas, ônibus pegando fogo, caminhões e até trator circulando em horário de pico está estreitando as únicas pistas de acesso que ainda é possível de circular. Não falaremos aqui em borracharias, barracas e cones para marcar comércio e estacionamentos de botequim.

Dedo apontado para o nariz do outro

É comum ver as pessoas comentarem que Manaus tem um trânsito ruim porque os motoristas dirigem mal. Ou seja, apontam o dedo no nariz do outro, mas na maioria dos casos, eles também são responsáveis pela desordem que se instalou no trânsito da capital amazonense.

“O motorista que acha que sabe tudo de automóvel anda devagar do lado esquerdo da pista, cruza de uma faixa a outra sem bater sinaleira, retorna em lugar perigoso, para em qualquer lugar, para em fila dupla, tripla, fecha a rua. Ele desobedece as faixas da pista e de pedestres, estaciona em lugar errado e ainda reclama dos outros”, acrescenta a motorista de aplicativo Bruna Souza.

Sem exagero

A situação do trânsito em Manaus é tão grave, que mesmo a prefeitura construindo uma pista para cada três carros e contratando centenas de guardas de trânsito para cada um dos quase 800 mil carros existentes na capital do Amazonas, ainda assim não seria suficiente para ordenar o trânsito que hoje ultrapassa os mais de um milhão de veículos automotores, entre carros, motocicletas, triciclos, caminhão, carretas, tratores, que circulam na cidade, em qualquer horário.

Segundo levantamento do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), de janeiro a abril desse ano, a frota saltou de 757 mil automóveis para 767 mil só na capital amazonense, comparando com o mesmo período de 2018. O Estado está próximo de Um milhão automóveis em circulação (937 mil).

Mãos atadas

O poder público, diga-se aí o Detran e Manaustrans, tem exercido uma fiscalização muito forte e eficaz, mas mesmo assim, são incapazes de ordenar a desordem que se instalou no trânsito de Manaus, porque os próprios motoristas são incapazes de colaborar com a Lei e o Código Nacional de Trânsito que foi instituído pelo Decreto Lei n. 2.994, em 28 de janeiro de 1941.

Esse código foi criado para disciplinar a circulação de veículos automotores de qualquer natureza, nas vias terrestres, abertas à circulação pública, em qualquer ponto do território nacional. O mesmo é deixado de lado pelo motorista de Manaus, especificamente.

Questão de comportamento

Para o sociólogo Carlos Santiago, o comportamento de condutores de automóveis e de motos no trânsito de Manaus reflete a incapacidade da administração pública de organizar a mobilidade urbana, como também a cultura brasileira de sempre buscar desrespeitar as Leis. As do trânsito, principalmente.

Isso tudo transforma as vias públicas num caos, em um ambiente hostil e com motoristas irresponsáveis e tensos. É preciso organizar a mobilidade e tornar a cidade mais humana.

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