A cada ano que comemoramos o “Dia do Meio Ambiente” procuro olhar onde o planeta melhorou desde o último ano, e quase sempre, a resposta que encontro é, melhoramos tão pouco que quase não percebemos tamanha são as demandas ambientais no mundo.
No próximo dia 05 de junho é o “Dia do Meio Ambiente” é a oportunidade perfeita que temos a cada ano de chamar o poder público e a sociedade organizada para enfrentar o desafio gigantesco de cuidar do meio ambiente comum a todos que habitam o planeta Terra.
Os desafios no campo ambiental são imensos e a forma mais apropriada de combater a degradação ambiental reside na ação organizada da sociedade pressionando o poder publico a exercer seu poder de comando e controle de forma mitigar todos os impactos que o meio ambiente está exposto.
O principal desafio reside no combate ao desmatamento, seja na Floresta Amazônica, como o bioma mais fragilizado, seja pela sua dimensão continental bem como pela baixíssima capacidade de fiscalização do poder publico. Neste ambiente, o corte e comercialização de madeira ilegal, a grilagem de terras públicas para pasto, a exploração sem controle dos recursos minerais, as barragens que afetam populações tradicionais e, principalmente, a construção de mais de 17 hidrelétricas ao longo do curso do Rio Amazonas e seus afluentes que certamente cobrarão um preço bastante alto pela destruição ambiental.
Em tempos de escassez de água potável em todo o planeta, é mandatório que todos nós tenhamos em mente qual o nosso papel nessa crise hídrica. A Amazônia concentra 8% de toda agua doce do planeta Terra, é nosso dever preservar esse recurso natural, evitando destruir nascentes e mananciais, protegendo a mata ciliar e proteger os cursos de água de despejos irregulares de esgoto e resíduos industriais. O estimulo ao consumo consciente e combate ao desperdício é a chave do sucesso para a garantia de oferta de agua potável e acesso a toda população.
O estilo de vida nos grandes centros urbanos são fontes geradoras dos vetores de poluição, especialmente aqueles decorrentes do excessivo número de veículos automotores e os grandes engarrafamentos nas vias públicas. A poluição do ar vem em primeiro lugar no quesito de agressão ao meio ambiente e ao homem, por conta de veículos desregulados que emitem gases nocivos que se espalham na atmosfera e causam doenças respiratórias crônicas. A poluição da água, poluição do solo, poluição sonora e até mesmo a poluição visual causam danos irreversíveis ao meio ambiente e afetam nossa saúde sem percebermos os reais impactos a que estamos expostos.
Ainda sobre o moderno estilo de vida, é possível mensurar o uso excessivo de recursos naturais sem a devida contrapartida ao meio ambiente. O mundo capitalista estimula o consumo de bens com prazo de vida útil determinado, como são os celulares, onde as empresas gastam milhares de dólares em pesquisa e recursos naturais para produzir uma versão a cada seis meses gerando desejos de consumos e por tabela, toneladas de lixo eletrônico ao redor do planeta, e cerca desses 80% de produtos com prazo de validade vencido são descartados diretamente em aterros e lixeiras das cidades, contaminando solo e lençóis freáticos. Quase nenhuma companhia estimula a troca do aparelho velho pelo novo, o que geraria milhares de empregos na reciclagem e geração de renda para uma parcela considerável de cooperativas de recicladores e catadores de resíduos. O estimulo ao consumo consciente é o remédio natural para tamanha injustiça com o planeta.
A saga daqueles que desejam um mundo mais justo e sustentável nunca termina, sempre novas ações são necessárias e, todos nós, temos o compromisso de deixar um planeta melhor para nossos filhos e netos, assegurando as futuras gerações o direito de terem acesso aos recursos naturais que a mãe Terra proveu para a nossa existência.(George Dantas – ambientalista)