
A cidade mais indígena do Brasil é destino de viajantes que procuram aventura e, ao mesmo tempo, relaxamento
As praias de rio, o Pico da Neblina e a Serra da Bela Adormecida são apenas algumas das atividades de São Gabriel da Cachoeira.
O município do Amazonas é o mais distante da capital Manaus e reúne paisagens deslumbrantes no meio da selva amazônica. Confira um guia completo desse lugar recheado de cultura e história.

Onde fica São Gabriel da Cachoeira
Um destino no meio da Amazônia e na fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Por causa disso, é comum a presença frequente das forças armadas na região. São Gabriel da Cachoeira fica no estado do Amazonas, emoldurado pelo Rio Negro e a 850 km da capital Manaus. Não estranhe se chamarem a cidade de “Cabeça do Cachorro”, o que se deve ao formato do território.

Como chegar
O trajeto mais comum e confortável é desembarcar no Aeroporto Regional de São Gabriel da Cachoeira, as companhias Azul e MAP realizam voos partindo de Manaus. Se você gosta de uma aventura, pode optar por chegar ao destino de barco, também saindo da capital.
A empresa mais procurada é a Lady Luiza e há duas embarcações. A expresso é uma lancha e o percurso leva 24 horas. Já o ferry boat é para quem está acostumado a navegar: são 3 a 4 dias pelo rio, uma atração à parte. Saiba mais informações neste site.
A viagem de barco termina no Porto de Camanaus, mas o trajeto é um tanto mais longo. É preciso percorrer mais 24 km de carro, táxi ou van por uma estrada asfaltada e um pouco precária até o destino final.
O que você precisa saber para aproveitar ao máximo São Gabriel da Cachoeira
A população da cidade é 90% indígena, composta por 23 etnias diferentes, principalmente Wananos e Yanomami. As terras de São Gabriel da Cachoeira são ricas em nióbio, então é comum a economia da região ser focada na extração desse minério. Conheça outras informações e dicas para entender a cultura desse destino recheado de paisagens incríveis.
• Idioma: você consegue conversar em português, mas também é comum ouvir dialetos indígenas por lá, como o nheengatu, o tucano e o baníua.

• Clima: quente, úmido e chuvoso. Ao longo do ano, em média, há apenas 19 dias sem chuva na região, então esteja preparado(a) para variações climáticas durante o dia. Aliás, a temperatura média é de 32 °C.
• Quando ir: agosto é a melhor época, pois a precipitação é baixa, portanto prefira fazer a visita nesse mês.
• Quantos dias ficar: o ideal é ficar, no mínimo, 7 dias. Afinal, o trajeto até o destino é longo e as visitas às atrações são demoradas.
• Onde ficar: as hospedagens por lá são simples. As mais procuradas são a Pousada Bawary, o Hotel Cimarne, o Hotel Deus me Deu, o Hotel Três Nações e o Elite Flat Hotel. Não há opções de Airbnb confortáveis na região.
• Cuidado com o mosquito: leve repelente e use-o com frequência. Lembre-se que você estará no meio da Floresta Amazônica, local onde há inclusive surtos de malária.
• Contrate uma agência de viagens: por causa da segurança, faça alguns passeios com agências, ou seja, com presença de guias. A agência Roraima Adventures faz trajetos para o Pico da Neblina.
• Bancos: na cidade, há agências do Banco do Brasil e do Bradesco. A Caixa costuma instalar uma agência temporária em certas épocas do ano.
• Como se locomover: no centrinho, é possível se locomover a pé, mas, para atrações mais distantes, é preciso ter veículo terrestre ou até mesmo fluvial.
• A cidade é típica do interior, sem muita infraestrutura. Inclusive, isso é algo a se considerar no momento de planejar uma viagem: caso você precise de atendimento médico, o serviço pode ser um pouco precário.
O que fazer em São Gabriel da Cachoeira para desbravar a Amazônia
Cachoeiras de um lado, prainha de rio do outro e muitas montanhas, serras e paisagens do Norte brasileiro. Confira as principais atividades para fazer no destino:
1. Praia de São Gabriel da Cachoeira

A cidade é contornada pelo Rio Negro e uma prainha se forma em volta das águas, que são quentes. Há uma orla para caminhadas ou passeios de bicicleta e lanchonete, mas a infraestrutura ainda é precária. A visita é ideal ao fim do dia, quando o calor é menos intenso.
2. Serra da Bela Adormecida

Um conjunto de montanhas que, juntas, possuem o formato da princesa adormecida. A Serra do Curicuriari, como também é chamada, é vista de vários ângulos de São Gabriel da Cachoeira e, no entorno, é possível fazer algumas trilhas e visitar cachoeiras. Contudo, o pé da serra pode não ser acessível, já que fica localizado em um território indígena, sendo proibida a entrada. A melhor vista é a do Morro da Fortaleza.
3. Pico da Neblina

A cidade de São Gabriel da Cachoeira é a porta de entrada para o Parque Nacional do Pico da Neblina, onde fica o ponto mais alto do Brasil. Os passeios devem ser feitos com guias e o trajeto é longo: a expedição completa demora cerca de 10 dias. A aventura começa por uma estrada de terra, são 4 horas em um veículo 4×4 para percorrer 80 km. Depois, é preciso pegar uma voadeira por 6 horas.
A partir daí, o trajeto é a pé, cerca de 3 dias de caminhada para chegar ao Pico da Neblina. É preciso pedir autorização do Ibama e pagar uma taxa para entrar no parque, mas as agências que organizam o trekking costumam resolver essas questões. Além do topo do pico, você passará por terras dos índios Yanomami e pelo Parque Nacional Cerro de La Neblina, do lado venezuelano.
4. Passeio em uma comunidade indígena

Algumas aldeias indígenas aceitam visitas de turistas e é comum guias organizarem passeios de barcos até essas comunidades. Você vai conhecer como vivem os povos originários e poderá acompanhar a produção de objetos artesanais. É comum ter degustação de comidas típicas. Uma vez na cidade, procure saber sobre esses passeios com pousadas, hotéis e estabelecimentos.
5. Praia Grande

Essa praia se forma entre setembro e janeiro na beira do Rio Negro, com águas geladas, areia branca e extensão de 500 metros. As atividades são típicas de praia: descansar na areia, mergulhar no rio, praticar esportes aquáticos e curtir a natureza. Contudo, a correnteza é forte.
6. Reserva Biológica Estadual Morro dos Seis Lagos

Uma reserva localizada em território indígena onde é proibida a extração de minérios. O acesso é por barco, por meio de igarapés e, além da fauna e da flora exuberantes, seis lagos são as atrações principais. Eles possuem cores diferentes por causa dos minérios nas águas e são locais perfeitos para fotos e relaxamento. O ecoturismo é pouco explorado, mas o ideal é contratar guias para desbravar o local. Lá, os indígenas costumam fazer os passeios por barcos.
7. Morro da Boa Esperança

Uma trilha com duas horas de caminhada, ida e volta, que é ótima para relaxar a mente. É comum turistas e moradores realizarem peregrinações religiosas no local, pois há a imagem de uma santa no topo do morro. A trilha poderia ser mais conservada, já que a vegetação atrapalha a vista dependendo do ângulo.
Além de São Gabriel da Cachoeira, o visitante pode conhecer outras cidades turísticas do Amazonas: Manacapuru, Itacoatiara, Parintins, Maués, Iranduba, Presidente Figueiredo, Tefé, Novo Airão e Careiro.
Fonte: Viajali