Schwartsman, pede para sair – Por Alex Solnik

Fabio Schwartsman era o comandante do Titanic que bateu no iceberg – foto: Solnik

Não tenho nada contra o sr. Fabio Schwartsman, presidente da Vale. Ao contrário. Me pareceu, à primeira vista uma pessoa decente e íntegra. Respeito muito os mais idosos do que eu.


Não vou chamá-lo de criminoso, embora a opinião pública esteja cada vez mais convencida de que o que ocorreu em Brumadinho foi um crime e não um desastre.

Dois crimes, aliás: um crime ambiental e uma carnificina sem precedentes na história das barragens brasileiras.

O que posso dizer, neste momento, é que, exatamente por, ao menos, parecer uma pessoa civilizada, o sr. Schwartsman deveria ter pedido para sair assim que tudo aconteceu.

Não porque ele tivesse colaborado diretamente para o acontecimento, claro que não, só se fosse maluco, mas porque tudo aconteceu sob sua presidência e ele foi incapaz de evitar.

Fabio Schwartsman era o comandante do Titanic que bateu no iceberg – foto: Solnik

Não deu as ordens necessárias ou não implementou políticas que garantissem a segurança da barragem e das pessoas que trabalhavam na usina e nas vizinhanças.

Pedir para sair também vai devolver a confiança aos investidores, que neste momento estão perdendo fortunas com a queda das ações da Vale.

Renunciando ou não à presidência, Schwartsman terá de se haver com a Justiça num embate imprevisível, porque a opinião pública, desta vez, promete ser implacável.

 

 

 

 

*Alex Solnik é colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia

Artigo anteriorMoro virou um ‘soldadinho raso’ do bolsonarismo
Próximo artigoOAB pede urgência na fiscalização de 16 barragens da Mineração Taboca

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui