SDS apresenta edital para primeiro inventário florestal nacional do Amazonas

Secretária do Meio Ambiente Kamila Amaral e Antonio Stroski(IPaam)/Foto: Roberto Carlos
Secretária do Meio Ambiente Kamila Amaral e Antonio Stroski(IPaam)/Foto: Roberto Carlos
Secretária do Meio Ambiente Kamila Amaral e Antonio Stroski(IPaam)/Foto: Roberto Carlos

O Amazonas deve começar, no segundo semestre deste ano, a fazer o inventário florestal das regiões que sofrem forte pressão pelo desmatamento ilegal. O edital de licitação para contratação do serviço, direcionado a instituições de pesquisa, universidades e empresas com experiência no assunto, foi apresentado nesta terça-feira (20), em Manaus, pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) e Serviço Florestal Brasileiro.

Com o inventário, a expectativa é fortalecer a política de proteção ambiental do Estado e dar o primeiro passo para a concessão de uso manejado das florestas públicas. Serão R$ 8,5 milhões para o levantamento das florestas públicas destinados ao Amazonas, fruto da parceria entre o Governo do Estado e o Governo Federal. A cooperação técnica para o trabalho será da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS).


É o primeiro inventário das florestas públicas do Estado e dos impactos sociais da atividade madeireira e vai priorizar a Região Metropolitana de Manaus e os municípios do Sul do Amazonas, áreas com maior registro da exploração madeira e que sofrem forte pressão de desmatamento. “O objetivo é trazer o valor que nós temos da nossa floresta. Não basta termos a cobertura florestal conservada, precisamos saber também qual o nosso potencial econômico e o que podemos realmente fazer com a conservação da floresta para a geração da riqueza e conseguir comercializar esses produtos, sem necessariamente precisar retirá-los”, disse a secretária estadual de Meio Ambiente, Kamila Amaral.

Segundo a proposta do edital, o levantamento florestal no Amazonas deve ser feito em 735 unidades de amostra de floresta, sendo 586 no Sul do Estado e 149 na Região Metropolitana. As coletas serão feitas a cada 20 quilômetros de floresta com obtenção de informações sobre as espécies, condições da mata, vestígios da exploração ambiental e da atividade madeireira, situação socioeconômica das famílias.

De acordo com o coordenador nacional do inventário, pelo Serviço Florestal Brasileiro, Guilherme Gomide, Santa Catarina e Distrito Federal estão com o inventário em fase de execução. Ceará, Sergipe, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná estão iniciando o levantamento. “O Estado vai ter informações das florestas dele, vai saber qual a área que está precisando ser conservada, o que pode utilizar de forma sustentável, conhecer e ter informações de como estão essas florestas”, disse.

Além do Amazonas, o edital apresentado em Manaus contempla os Estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso, com recursos financeiros específicos para cada local. O edital para o Amazonas está aberto até o dia 20 de junho. A expectativa é que a instituição selecionada inicie o trabalho em julho e conclua em até vinte meses.

Para o presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Antônio Stroski, o levantamento vai ampliar o controle ambiental e deve definir novos caminhos para atividade madeireira, com a possibilidade real da concessão de florestas públicas para uso sustentável. “Isso se constitui em um conjunto de informações que vão definir as políticas para o setor, por exemplo, quando pretendemos fazer a concessão florestal. E a concessão florestal das florestas públicas, por sua vez, é a oportunidade, o mecanismo para a gente disponibilizar para o mercado brasileiro um grande volume de madeira”, disse Stroski.

“Temos um índice de desmatamento ilegal exatamente no Sul do Estado e região Metropolitana de Manaus. Há prejuízo quando feito de maneira desordenada e ilegal. Esse levantamento vai nos ajudar a ordenar esses espaços e retirar a riqueza das florestas de maneira possível e sustentável”, frisou Kamila Amaral.

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