O Jair Bolsonaro afirmou que, caso seja preso pela Polícia Federal por ordem do STF, fará uma delação premiada e entregará todo mundo, segundo o jornalista Daniel Cesar, do portal iG
O jornalista Daniel Cesar, do portal iG, publicou uma matéria no dia (10) sobre um suposto recado dado por Bolsonaro a seus aliados na semana passada. Segundo uma fonte confirmou à coluna de Cesar, Bolsonaro afirmou que, caso seja preso pela Polícia Federal por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), fará uma delação premiada e “entregará todo mundo.”
A declaração teria caído como uma bomba entre os bolsonaristas, com temores de que o ex-presidente faça denúncias contra seus aliados para tentar se livrar da prisão. Um parlamentar que faz parte do núcleo duro do bolsonarismo confirmou que a ameaça foi feita em um grupo de mensagens que tinha deputados, senadores e até o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.
O político teria deixado claro que, se for preso, mais gente vai cair junto porque não vai segurar o rojão sozinho. No entanto, entre os parlamentares mais próximos de Bolsonaro, a ameaça não foi para valer, segundo Cesar.
Eles acreditam que tudo foi dito no calor do momento e com o ex-presidente sob pressão. Além disso, existe a aposta de que o discurso aconteceu como forma de pressionar os legisladores e caciques de partidos a se movimentarem para protegê-lo e impedir a prisão.
Apesar disso, há um temor nos bastidores de que Bolsonaro faça denúncias contra seus aliados para tentar se livrar da prisão e proteger membros das Forças Armadas. “Os militares estão a salvo porque Bolsonaro é fiel à caserna e não entregaria nenhum deles. Mas deputados, senadores e ex-ministros estão com as barbas de molho”, garantiu a fonte que conversou com a coluna de Cesar sob a condição de sigilo.
A possibilidade de prisão do ex-presidente já foi antecipada pela coluna de Cesar, mas nos corredores de Brasília há um mistério sobre como irá se comportar o STF. Ninguém acredita que haverá uma decisão monocrática de Alexandre de Moraes ou qualquer outro ministro da Corte, mas sim uma decisão colegiada. O risco de ser preso existe e Bolsonaro já deixou claro o temor, mas resta saber como a situação irá se desenrolar nos próximos dias e semanas.