Seis em cada dez indústrias reduziram uso de mão de obra este ano

A indústria automotiva foi a que mais reduziu/Foto: Divulgação

A queda da produção e as dificuldades financeiras enfrentadas pelas empresas, atingiram os trabalhadores brasileiros. Nos últimos seis meses, 60% das indústrias extrativas e de transformação adotaram medidas para reduzir o uso da mão de obra e o número de empregados.  No setor de veículos automotores, esse número sobe para 78% e, nas indústrias que produzem outros equipamentos de transporte, como aviões, navios, reboques, alcança 73%. As informações são da Sondagem Especial – Emprego, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento mostra que metade (50%) das indústrias demitiram nos últimos seis meses. O percentual de empresas que reduziu o número de empregados é maior nas empresas de médio porte (54%) e menor entre as de grande porte (48%). Nas pequenas, o percentual foi de 49%. O setor com o maior percentual de empresas (73%) que demitiram foi o automotivo. Do outro lado, com o menor percentual de indústrias que cortaram o quadro de trabalhadores, está o de bebidas.  Nesse setor, 58% das empresas disseram que não reduziram o número de empregados.


“Os setores que mais demitiram foram aqueles que produzem bens de maior valor. Esses setores são os primeiros a serem  atingidos pelo aumento dos juros e as restrições ao crédito”, analisa o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da  CNI, Renato da Fonseca. “As empresas foram  fazendo ajustes à medida que a crise se intensificou”, completa o economista.

​ALTERNATIVAS – “À medida que a produção se reduz, algumas empresas adotam diferentes medidas de redução do uso da mão de obra, como alternativa à demissão dos trabalhadores”, observa a CNI. Conforme a pesquisa, 42% das   empresas adotaram medidas de redução do uso da mão de obra.  Entre essas ações, destacam-se a redução do número de turnos, com 38% das assinalações, a não renovação de contratos temporários, com 28% das respostas,  o uso do banco de horas e as férias coletivas não programadas, com 26% das menções.

O levantamento da  CNI mostra ainda que  o elevado custos das demissões, com 52% das respostas,  e a preocupação com a retenção de talentos, com 34% das menções,  foram os principais motivos que evitaram as demissões. A redução da produção (67%) e as dificuldades financeiras (32%) lideram a lista de razões que levaram as empresas a reduzir o número de empregados nos últimos seis meses.

​MAIS CORTES – De acordo com a pesquisa, as demissões continuarão nos próximos seis meses. Entre as empresas entrevistadas, 36% disseram que pretendem reduzir o número de empregados. Dessas, 17% planejam utilizar planos de demissão voluntária.  ”Um terço das empresas pretende adotar medidas que reduzam o uso da mão de obra, como diminuição de turnos ou adoção de férias coletivas”, afirma o estudo.

Entre as medidas mais citadas pelas empresas estão a redução do número de turnos  (31%), a promoção do uso do banco de horas (31%), a não renovação de contratos por prazo determinado (28%) e as férias coletivas não programadas (28%).

A Sondagem Especial Emprego na Indústria foi feita entre 1º e 15 de abril com 2.307 empresas. Dessas,  928 são pequenas, 835 são médias e 544 são de grande porte.

Artigo anteriorGrupamento MARTE detona granadas encontradas em Manacapuru
Próximo artigoPoliclínica Antônio Aleixo faz treinamento sobre o tratamento de feridas crônicas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui