

Uma semana inteira é dedicada à Pátria. São dias de reflexão, quando nos é oferecida a oportunidade de caminhar nas pegadas daqueles que lutaram e morreram para construir uma pátria grande e respeitada.
Meditar sobre o significado da pátria e os valores que aprendemos a respeitar é algo que nos desafia, isso porque, no momento atual, as distâncias se encurtam, as fronteiras desaparecem, os problemas de um povo se tornam de todos, as angústias e as ansiedades de uma pessoa são comuns a todas as outras.
Não é possível circunscrever os limites da pátria dentro das fronteiras tradicionais, quando a Terra, o nosso planeta azul, nos parece tão pequena diante da imensidão e da conquista do espaço. Cada vez mais, salvo algumas exceções de fanáticos chauvinistas, os países tendem a agrupar-se, como os da Europa e do Mercosul: por isso mesmo, sentimo-nos cidadãos do mundo.
Todavia, pátria é sempre pátria. Não é algo absurdo e extravagante. Pátria é, antes de mais nada, a personificação de tudo que nos cerca, nos envolve, nos acolhe e nos defende. É o céu que nos cobre e que, entusiasticamente, admiramos, cintilante de milhares de estrelas, onde reina garbosamente o Cruzeiro do Sul, símbolo desta Terra de Santa Cruz, Brasil. Pátria é, ainda, o ar que respiramos; o imenso oceano; as grandes florestas que nos desafiam e nos encantam; os cerrados, as montanhas; as campinas e os sertões; os numerosos rios que dão vida e riqueza às vastas planícies e que nos suplicam para não os poluir.
Aprendemos que a pátria é a terra dos antepassados, mas isso não é sempre correto para um país que foi e continua sendo terra de imigrantes. Terra, sim, onde nasceram e vivem os filhos de milhões de imigrantes que para cá vieram em busca de liberdade e de melhores oportunidades. Terra regada com suor, sangue e lágrimas de todos aqueles que foram conscientes e inconscientemente, aqui transplantados, mas, afinal, desejaram-na grande, respeitada e livre. Lembramos Tiradentes que deu a vida pela liberdade do Brasil e de seus companheiros na Inconfidência Mineira que foram exilados. Mas a ideia de liberdade não morreu, e foi ficando mais forte a consciência nacional, pois nosso país, naquele tempo, era apenas uma colônia de Portugal e enfrentava dificuldades políticas e administrativas.
“Pátria é você, meu irmão; pátria somos cada um de nós. Pátria de todos nós que a escolhemos, que a amamos e respeitamos”.
RAIMUNDA GIL SCHAEKEN – Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas –
ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.