Senadores debatem fim antecipado da CPI do HSBC

Reunião da CPI do HSBC/Foto: Divulgação

Durante a audiência pública realizada na tarde de ontem, terça-feira (03), os senadores integrantes da CPI do HSBC debateram o fim antecipado dos trabalhos da comissão. O prazo final vai até março do ano que vem.
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticou o vazamento de nomes da lista de brasileiros clientes do HSBC e lamentou que a CPI não seja legitimada pela França, país que detém as informações sobre o caso, para receber os dados da investigação. O senador chegou a dizer que a CPI está “enxugando gelo”, pois ao final dos trabalhos vai enviar seu relatório para o Ministério Público e para a Polícia Federal, pois esses órgãos “têm mais informações que a comissão”. Davi também afirmou que não propõe “acabar por acabar”, mas sente a CPI “esvaziada”.


— Acho que não vamos chegar muito longe com a CPI sem essas informações. O meu pensamento é deixar que o Ministério Público e a Polícia Federal continuem essa investigação — declarou Davi.

O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), respondeu que “o problema desta CPI foi causado por nós mesmos”. Ele lembrou que a CPI chegou a aprovar 25 quebras de sigilo fiscal, bancário e telefônico e depois “voltou atrás”. Randolfe revelou que chegou a pensar em renunciar à CPI na ocasião. O senador admitiu, porém, que a comissão vai encaminhar “quase nada” para a Polícia Federal e para o Ministério Público.

— Mas foi uma decisão desta CPI ter quase nada. Antecipar o encerramento é lamentável — declarou Randolfe, que é o autor do requerimento da CPI.

Para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o diferencial da CPI para os outros órgãos de investigação é “a falta da lista oficial”. Ele disse que, desde o início, a intenção de Hervé Falciani, o delator do caso HSBC, é “vender as informações”.

— Acho que temos que encerrar esta CPI, apontando no relatório que não tivemos condições de trabalho. Por enquanto não tivemos condições de fazer um bom trabalho — registrou Ciro.

O relator da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), sugeriu que Randolfe entre em contato com Falciani, na França, para buscar as informações em nome da comissão. Ferraço disse que se sentiria representado por Randolfe e acrescentou que seria mais econômico enviar apenas um senador para a França.

— Acho que é um esforço louvável antes de qualquer outra providência — ponderou o relator, que ainda apontou o encerramento da CPI como prematuro.

O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), registrou que não havia quórum para a decisão, mas sinalizou que o assunto será tratado na próxima reunião da CPI, marcada para esta quinta-feira (5). Ele ainda informou que a Mesa da comissão vai realizar uma reunião administrativa, para tratar desta e de outras questões. Paulo Rocha fez questão de destacar que a CPI sempre trabalhou com “abertura e transparência”.

— Todos os esforços foram feitos. Batemos em todas as portas — ponderou Paulo Rocha.

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