
Com lucro operacional de R$ 35 bilhões ainda assim, a Samsung instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM), continua mantendo um sistema de trabalho idêntico ao dos anos de 1.945, quando ainda não existiam as Leis Trabalhistas no Brasil.
O impasse entre a diretoria da montadora coreana Samsung da Amazônia e o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, iniciou quando a direção sindical resolveu exigir o cumprimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e a Convenção Trabalhista aprovada em assembleia geral da categoria.
Xingamentos e gritos dos coreanos
A indignação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, é pela ignorância dos coreanos da Samsung com os trabalhadores. De acordo com ele, tudo dentro da fábrica é resolvido no grito, no xingamento. É como se estivessem tratando com ‘escravos’, com animais de carga.

“A nova diretoria da Samsung persegue os trabalhadores, faz terceirizações irregulares, precarizam a mão de obra, tiram os direitos e benefícios dos trabalhadores, não respeitam ninguém, gritam com as pessoas, demitem trabalhadores a esmo”, complementa o presidente dos metalúrgicos Valdemir Santana.
No início de fevereiro, a Samsung demitiu 600 trabalhadores, porque, segundo eles, estariam modernizando as linhas. Ou seja, trocaram 600 trabalhadores por quatro computadores.
Paralisação total
Valdemir está recorrendo às autoridades da Superintendência da SUFRAMA, do Ministério do Público do Trabalho (MPT), do Ministério Público do Estado (MPE), ao Governo Coreano e quem mais puder contribuir para acabar com os exageros, as irregularidades e os absurdos dentro da Samsung da Amazônia.
Caso não consiga resolver pelas vias da negociação e do respeito às Leis brasileiras e aos trabalhadores do Estado, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos vai paralisar totalmente a montadora Samsung. “Será paralisação total, como nunca se viu no Estado até a atualidade”, promete.
Apelo à Coréia
“Estamos fazendo um apelo ao governo coreano para tirar essa diretoria daqui. Senão, vai terminar acontecendo uma tragédia na Samsung do Amazonas. Que isso fique bem claro, a Samsung é a pior empresa do Distrito Industrial, é a pior empresa”, desabafa Valdemir Santana.

A diretoria do sindicato está preparando um dossiê, sobre a atuação do atual presidente da Samsung, Jeong Seung Moon, sua diretoria e a péssima qualidade gerencial do diretor de Recursos Humanos (RH), que segundo ele, estão dando um show de incompetência nas suas funções.
Pior, conforme disse Valdemir, há uma predisposição desta direção em ‘burlar’ os incentivos fiscais, os benefícios dados pelo Governo Federal às indústrias de Manaus. Daí o seu pedido de fiscalização sobre a aplicação honesta dos incentivos fiscais concedidos pela Zona Franca de Manaus (ZFM), à unidade do Amazonas.
Recado
“A paralisação é um fato consumado. Só existe um jeito de não acontecer, é resolvendo o problema definitivamente. Essa é uma decisão da categoria e não terá aviso prévio, mas vai ser avassaladora”, finaliza Valdemir Santana.