Táxi encontrado na casa de Cunha tem 32 multas, todas fora do local de registro

Táxi encontrado na casa de Cunha, no RJ/Foto: Fernando Mota

Um dos carros encontrados por agentes da Polícia Federal (PF) na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, ontem, terça-feira, está registrado em nome de Altair Alves Pinto, apontado por Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, como o responsável por receber dele propina e entregar ao parlamentar. Em nota, a assessoria de Cunha admitiu que ele usa o carro: “Eventualmente o Presidente aluga o veículo para prestar serviços gerais”, diz a nota.
O veículo — um táxi — é um Touareg branco, modelo 2013-2014, com placa LSM 1530, de Nilópolis. Um veículo do mesmo modelo, zero quilômetro, está na faixa e R$ 248 mil. Levantamento feito pelo EXTRA nos sites do Detran e da Secretaria municipal de Transportes do Rio mostra que o carro possui 32 multas, nenhuma delas em Nilópolis. A maioria (30) na capital fluminense, principalmente na Barra da Tijuca, Copacabana e Centro. Há duas infrações também em Itaboraí e Nova Iguaçu.


Somadas, as infrações totalizam 138 pontos e um montante de R$ 3.053,98. De acordo com o site da Secretaria Municipal de Transportes, o táxi possui um débito de R$ 1.404,57, referentes a 18 dessas multas.

No site da Polícia Rodoviária Federal (PRF), constam ainda quatro infrações na placa do veículo de Altair, aplicadas entre setembro do ano passado e janeiro deste ano. Todas foram cometidas na BR-116, na altura de Comendador Soares, Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e por “velocidade superior à máxima permitida em até 20%“.

Em depoimento à Polícia Federal, Baiano disse que Altair recebeu uma remessa, entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão, em outubro de 2011. O montante fazia parte da propina de US$ 5 milhões que teria Cunha como destinatário, segundo Baiano. “Que Altair aparentava ser um assessor ou uma pessoa de confiança (de Cunha), até mesmo porque todos os valores entregues no escritório (do presidente da Câmara) foram para Altair”, disse Baiano no acordo de delação premiada.

Na ocasião do depoimento de Baiano, Altair ocupava um cargo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ele era assessor especial para assuntos parlamentares, lotado no gabinete do deputado Fábio Silva (PMDB), aliado de Cunha, com salário líquido mensal de R$ 7,6 mil. Altair não exerce mais a função. Ele também foi funcionário de Cunha na Alerj, no início dos anos 2000.

O veículo coleciona várias multas. A mais recente, de agosto, foi por transitar em faixa exclusiva para ônibus, em Copacabana. Há ainda infrações por excesso de velocidade. Em nota, Cunha informou que “eventualmente, aluga o veículo para prestar serviços gerais”. Procurado por telefone, Altair não foi encontrado em casa. Uma pessoa que se identificou como faxineiro afirmou que ele havia saído de manhã e ainda não tinha voltado.(G1/Extra)

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