No dia 7 de agosto de 1980, foi notificada, oficialmente, no Vaticano e no Brasil, a escolha do Pe. Mário Clemente Neto para ser o Bispo Coadjutor de Tefé, com direito de sucessão.
A sagração Episcopal realizou-se no dia 19 de outubro do mesmo ano, no Centro Poliesportivo de Itaúna. Seu lema: “VIM PARA SERVIR”.
No dia 9 de novembro, chegou em Tefé, sendo recebido calorosamente pelos tefeenses e representantes das várias Paróquias, com invulgar alegria e festa.
Por alguns meses, Dom Joaquim ficou passando os trabalhos da Prelazia para Dom Mário e escolheu a Foz do Jutaí para continuar a sua missão de Pastor, como pároco e Bispo resignatário, permanecendo 8 anos. Despediu-se com muita saudade do seu povo querido: “O motivo da minha partida é a velhice. Tenho 84 anos, como também o fato de quase não poder me mover e assim não poder mais fazer visitas a ninguém.” Voltou a sua terra natal, Holanda, no dia 23 de abril de 1990, onde veio a falecer no dia 14 de julho de 1992.
Dom Mário assumiu a Prelazia e se colocou no meio do povo para sentir de perto os sofrimentos e dificuldades de cada um.
Com experiência de pastoral em Minas Gerais e São Paulo, que valorizava muito as comunidades e a atuação do leigo na Igreja, Dom Mário sentiu-se à vontade para levar em frente a caminhada que encontrou na Prelazia sob o comando de Dom Joaquim.
No interior, fez um grande esforço, dividindo as Paróquias em setores de pastoral, com catequistas responsáveis, preparados para assumirem a evangelização. Promoveu cursos de formação com objetivo de os catequistas se ajudarem mutuamente, animando uns aos outros, fortalecendo a própria Comunidade.
Na década de 80, todos os anos, na primeira semana de janeiro, o Bispo, todos os padres e representantes de cada Paróquia, se reuniam para traçar as metas de trabalho para toda a Prelazia, constituindo-se num grande avanço para o bom andamento dos trabalhos pastorais.
Dom Mário Clemente Neto esteve à frente da Prelazia de Tefé, durante 20 anos, com trabalho voltado para o fortalecimento das CEBs; implantação do dízimo, para que “a Igreja de Tefé pudesse caminhar com as próprias pernas”, grupos de reflexão da Palavra de Deus; formação de lideranças; e vários outros ministérios, principalmente no interior.
Diante de muitas dificuldades, pediu ao Papa João Paulo II, a nomeação de novo Bispo, o que aconteceu no dia 27 de maio de 1998, com a nomeação de Dom Sérgio Eduardo Castriani. Sua sagração episcopal aconteceu no dia 9 de agosto de 1998, na cidade de Tefé, na quadra da Escola Estadual Armando Mendes. Seu lema: “HABITOU ENTRE NÓS” (João 1,14). Trabalhou como coadjutor durante dois anos e assumiu como titular da Prelazia, no dia 19 de outubro de 2000.
Dom Mário continua trabalhando na Prelazia, muito animado, como bispo resignatário e pároco de Fonte-Boa.
Dom Sérgio Eduardo Castriani tem uma boa experiência missionária no Alto Juruá, trabalhos diversos no Centro-Sul do Brasil e como dirigente/conselheiro da Congregação do Espírito Santo, em Roma.
Os bispos são considerados sucessores dos apóstolos, pois são os primeiros responsáveis pelo anúncio e pela prática do evangelho. O episcopado é o terceiro grau do sacramento da ordem. Somente pode ser recebido por presbíteros. É o bispo quem ministra os sacramentos da crisma e da ordem, pelos quais os fiéis são postos a serviço do Reino de Deus e da comunidade dos fiéis.
As comunidades católicas do mundo todo estão agrupadas em porções territoriais chamadas dioceses. Cada diocese ou prelazia é coordenada por um bispo, que é a cabeça ou liderança principal daquele grupo de comunidades.
Os bispos são as pessoas com maiores responsabilidades perante o povo de Deus, pois coordenam as atividades evangelizadoras e pastorais. São auxiliados pelos presbíteros e diáconos de suas dioceses ou prelazias, mas também pelos ministros não ordenados, por leigos e leigas.
Os tefeenses sempre têm demonstrado carinho e gratidão aos padres e irmãos da Congregação do Espírito Santo. A grande festa dos 100 anos de presença na Prelazia de Tefé, registrados nos arquivos da Prelazia e nos livros de Protásio Lopes Pessoa, Raimunda Gil Schaeken e pesquisa do Pe. Antônio Gruyters, não deixa de ser um exemplo.
Como parte das comemorações dos 300 anos de evangelização da Congregação, foi realizada em Tefé a “Semana Dom Joaquim” de 10 a 14 de julho de 2002. Foi uma semana muito animada, cheia de emoções, em que tive a felicidade de participar e contribuir junto com os companheiros de equipe Padre Antônio Jansen e Dr. Raimundo Claudemir Bezerra de Queiroz, apresentando: Dom Joaquim e as Opções Pastorais antes e depois do Concílio Vaticano II.
No dia 13, todos os participantes do encontro foram de barco para uma visita especial à Missão, onde iniciou todo o trabalho de evangelização da Congregação. Assim como nos festejos dos 100 anos, o povo da Missão caprichou com uma calorosa recepção à comitiva, encaminhando-se todos ao cemitério, onde foi prestada belíssima homenagem a todos os falecidos. Depois de muitas emoções, todos seguiram até a igreja para a celebração da Eucaristia que, por sinal foi muito bonita, coroada pela homilia do Superior Principal do Distrito da Amazônia, padre Antônio Jansen, o espiritano holandês mais antigo da Prelazia. Hoje, o padre Antônio Jansen desfruta de sua merecida aposentadoria, na Holanda, sua terra natal, e, com muito ardor missionário.
Podemos dizer com alegria que os espiritanos escreveram na Prelazia de Tefé páginas inesquecíveis de sua história. Muitos lá deixaram sua saúde, sua juventude, ganharam cabelos brancos. Outros perderam sua vida no trabalho pastoral, como o Pe. Guilherme Burmaje que faleceu afogado nas águas do rio Juruá, no dia 29 de janeiro de 1981, quando voltava da Assembleia da Prelazia. Seu corpo não foi encontrado. O irmão Falco faleceu no dia 25 de julho de 1988, no hospital São Miguel, quando voltava da 2ª etapa do curso de teologia, em Manaus. Outro espiritano que dedicou sua vida até a morte, ao povo de Tefé, foi o Pe. Paulo Werweijen, ocorrida no dia 10 de agosto de 1998.
