Torcedor precisaria trabalhar 104 anos para ganhar o que um jogador de futebol da ‘Série A’ recebe na temporada

Jogador no meio da tarcida - foto: arquivo/recorte

Diferença entre salários de jogador e torcida cresce no Brasil e já é a segundo maior do mundo


Existem dois mundos que coexistem de maneira muito próxima, ainda que completamente diferentes: o dos jogadores de futebol de elite, com seus salários milionários, e o dos torcedores que os acompanham a cada rodada, com seus vencimentos de “pessoas normais”.

No Brasil, essa diferença vem aumentando de forma acelerada, foi o que descobriu o levantamento inédito do Bolavip Brasil: atualmente, o torcedor brasileiro médio recebe por ano apenas 0,95% do salário anual médio dos jogadores do Brasileirão.

A discrepância nos valores já coloca o Brasil como o segundo país com o maior abismo entre os salários dos jogadores e os salários da torcida, atrás apenas da Arábia Saudita, cuja liga nacional pratica atualmente os maiores salários do mundo.

Por lá, um saudita na arquibancada ganha 0,42% do salário de um jogador da liga ao longo de um ano.

No outro lado do estudo, estão os Estados Unidos, onde jogadores da Major League Soccer (MLS) e “pessoas normais” estão mais próximas: a diferença de salário anual está na casa de 23,23%.

Distância no Brasil aumentou de 2020 para 2025

O futebol brasileiro vive um momento atual de aumento na média dos salários pagos aos jogadores da primeira divisão. Para se ter uma ideia, de 2020 a 2024, o salário médio dos jogadores da Série A subiu 72,27%.

O salário médio das pessoas normais não cresceu na mesma proporção no período. A consequência disso é o aumento da disparidade entre jogadores e torcedores. A torcida recebia em 2020 por ano 1,39% do salário médio do jogador do Brasileirão. Cinco anos depois, a relação entre os vencimentos é de 0,95%.

A diferença atualmente é tão grande entre os jogadores no campo e os torcedores na arquibancada que um torcedor com o salário anual médio precisaria de 104 anos para ganhar o que um jogador de futebol recebe em um.

Distância no Brasil é maior do que a média analisada no levantamento

Com um salário médio anual muito inferior ao de países desenvolvidos, mas com uma liga nacional que oferece salários cada vez mais competitivos aos jogadores, o Brasil tem a segunda maior diferença entre os salários dos jogadores e dos torcedores, foi o que descobriu o levantamento. Está atrás da Arábia Saudita e à frente da Espanha, terceiro país analisado no levantamento com a maior disparidade.

Os Estados Unidos acabam destoando muito dos demais países por combinar um liga nacional com salários ainda modestos, inferiores inclusive aos que são pagos no Brasileirão, com a torcida mais rica, com o maior salário médio anual.

Sem considerar os Estados Unidos, a diferença média entre os salários dos jogadores e os salários dos torcedores é de 2,7%, o que coloca o Brasil com uma disparidade bem maior do que a encontrada nos outros países do levantamento.

As maiores diferenças entre os salários anuais do jogador e do torcedor:

1 – Arábia Saudita: torcedor recebe 0,42%

2 – Brasil: torcedor recebe 0,95%

3 – Espanha: torcedor recebe 1,35%

4 – Inglaterra: torcedor recebe 1,40%

5 – Turquia: torcedor recebe 1,66%

6 – Itália: torcedor recebe 1,81%

7 – França: torcedor recebe 3%

8 – Alemanha: torcedor recebe 3,37%

9 – Portugal: torcedor recebe 4,86%

10 – Holanda: torcedor recebe 8,11%

11 – Estados Unidos: torcedor recebe 23,23%

Metodologia

Para fazer o levantamento, o Bolavip Brasil considerou o salário médio anual pago nas seguintes ligas nacionais, de acordo com o site especializado Capology: Brasil, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Turquia e Arábia Saudita. Em seguida, cruzou os números com dados oficiais dos países, disponibilizados no site Statista.com. No caso do Brasil, foram considerados os últimos dados do IBGE.

Bolavip Brasil

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