
Almoçar fora de casa está 3,64% mais caro em todo o Brasil. É o que revela a pesquisa “Preço Médio da Refeição” divulgada pela ABBT – Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador. A pesquisa, realizada nas cinco regiões brasileiras, indicou o valor médio desembolsado pelo trabalhador em território nacional: R$ 34,14.
A região Sudeste registrou preços ligeiramente acima da média Brasil: R$ 34,49. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram os menores valores: R$ 32,77 e R$ 32,87, respectivamente. O estudo é realizado anualmente desde 2003, com restaurantes e lanchonetes que aceitam voucher refeição (cartão eletrônico ou papel) como forma de pagamento, em 51 cidades do país. Desde 2014, a pesquisa tem sido realizada pelo Datafolha. Foram visitados 4587 estabelecimentos comerciais no final de 2017.

Aumento ficou acima da inflação – A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com alta acumulada de 2,95%. É a menor taxa desde 1998. De acordo com o IBGE, que calcula o IPCA, os alimentos consumidos em casa (-4,85%) foram responsáveis pela queda na inflação. Entretanto, a alimentação fora de casa se manteve em alta no ano: + 3,83%, segundo o IPCA. “Acreditamos que outros custos, como gás de cozinha, luz e água, por exemplo, pressionaram os estabelecimentos a fazerem o repasse para o preço final aos consumidores”, afirma Jessica Srour, diretora-presidente da ABBT.
Veja os preços apurados por região em compração à média nacional:
Refeição 2017 (R$)
Brasil 34,14
Sudeste 34,49
Sul 33,48
Nordeste 33,39
Centro Oeste 32,87
Norte 32,77
De acordo com a pesquisa, a cidade mais cara é Florianópolis (SC): o preço médio da refeição completa é de R$ 40,85. Já Campo Grande (MS) registrou o menor preço: R$ 26,23. “Normalmente, cidades que são destinos turísticos têm preços mais altos que as demais. Por isso a pesquisa é importante. Ela auxilia os departamentos de recursos humanos das empresas a conceder o benefício alimentação com valor adequado para cada região, garantindo que o trabalhador se alimente de forma adequada e saudável”, ressalta Jessica.
Cidade/Refeição completa
Florianópolis (SC) 40,85
Niterói (RJ) 39,88
Aracajú (SE) 39,43
Rio de Janeiro (RJ) 38,97
Vila Velha (ES) 38,82
Média Brasil 34,14
Nilópolis (RJ) 28,08
Diadema (SP) 27,24
São José dos Campos (SP) 27,19
São José dos Pinhais (PR) 26,43
Campo Grande (MS) 26,23
Metodologia – Para chegar ao valor da refeição completa são pesquisados os preços do prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café praticados na hora do almoço. Os locais pesquisados são divididos em quatro categorias: comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou buffet a preço fixo), executivo (restaurante que oferece uma opção de prato do dia mais em conta que os demais apresentados no menu durante a semana) e a la carte (com ambiente mais sofisticado onde o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora).
Conquista do trabalhador – “Receber o benefício alimentação é uma conquista que faz parte da vida do trabalhador brasileiro há mais de 40 anos”, defende a diretora-presidente da ABBT. O sistema de auxílio-alimentação, que engloba as empresas operadoras do segmento de concessão de vales e tíquetes refeição e alimentação, está inserido no PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador do governo federal.
Desde 1976, o PAT estimula a concessão do benefício por meio de incentivos fiscais. Atualmente, o programa já atende cerca de 22 milhões de trabalhadores, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. Deste total, 85% recebem até cinco salários mínimos. “Se levarmos em conta o preço médio da refeição, o trabalhador gasta R$ 751,00 por mês para almoçar fora de casa, o que representa 80% do valor do salário mínimo apurado em 2017, que foi de R$ 937,00. Para a grande maioria das pessoas que recebem o benefício seria muito difícil arcar com os custos de alimentação fora de casa”, conclui Jessica.