‘Massacre’, é dessa forma que o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas está definido o tratamento dado aos trabalhadores terceirizados, contratados pelo segmento de Duas Rodas no Polo Industrial de Manaus (PIM).
Entre todas as indústrias desse setor, no entanto, a pior é a Moto Honda da Amazônia. “Há mais de dois anos e meio e logo após a instalação da nova diretoria em Manaus, mais de 1.000 trabalhadores são submetidos ao sub-emprego, além de experimentar os piores salários e as péssimas jornada de trabalho e, sem direito a nenhum benefício além do salário minguado”, aponta o presidente do Sindicato Valdemir Santana.
O sindicato já protocolou denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT), já convocou reuniões com os diretores presidentes da Moto Honda, da BMW, da Yamaha, da Suzuki e até o momento só tem assistido demissões sem direito a nada e, contratações com salários vergonhosos pra o volume de dinheiro arrecadado pelo setor.
A Moto Honda tem aproximadamente 6,5 mil trabalhadores efetivos e mais uns 2 mil no sub-emprego. A empresa foi recordista de faturamento em 2019, algo em torno de 6 Bilhões, mas não destina parte dos lucros para investimento em mão-de-obra e nem para uma remuneração justa aos trabalhadores, muito menos paga plano de saúde, creche, nem o benefício chamado Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), aos terceirizados.
Ou seja, de acordo com o presidente Valdemir Santana, a Moto Honda mantem os turnos de trabalho todos irregulares além de ser ela, a responsável pela entrada do coronavírus no Estado do Amazonas.
Santana lembra que foi a Moto Honda ‘a porta’ de entrada do Covid-19 no Estado. O fato aconteceu logo após a visita do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), às dependências da fábrica em março desse ano.
Do Distrito Industrial, o vírus se alastrou por Manaus e, posteriormente pelas cidades do interior causando a epidemia e todos os transtornos sociais com efeitos danosos à economia do Amazonas.
No caso, a empresa não massacra só os trabalhadores, mas toda a população do Estado e ainda assim, em nada contribuiu para amenizar os efeitos nocivos originários em suas dependências.