Com o aumento da demanda, empresas confirmam investimentos para que não falte oferta de serviços na retomada pós-pandemia
As empresas de transporte terrestre de passageiros têm expectativa de um crescimento expressivo na demanda a partir do último trimestre de 2021, quando uma grande parcela da população brasileira já deverá ter sido vacinada.
Essa projeção tem como base alguns fatores, como a certeza de uma demanda reprimida pela pandemia, os altos custos das passagens aéreas, a incerteza dos viajantes em relação à segurança de viagens para destinos mais distantes – como no caso de viagens internacionais – e a extensa malha rodoviária coberta pelas empresas do setor, como a Viação Progresso, Brasil Sul, Garcia, entre muitas outras.
Segundo a Associação Brasileira de Transportes Terrestres Interestaduais (Abrati), que congrega a maior parte das operadoras consolidadas do país, nos últimos três anos pré-pandemia suas associadas realizaram investimentos de cerca de R$ 5 bilhões, e agora projetam um investimento acima dos R$ 3 bilhões para os próximos dois anos.
Este aporte, no entanto, não será aplicado na estruturação das operações das empresas, que já são bem consolidadas, mas na renovação das frotas e na ampliação da oferta de serviços agregados, o que beneficiará a população também com a geração de empregos e renda.
Obrigações fiscais
Existem outras vantagens oferecidas para a sociedade, afirma a Abrati. Segundo a entidade, suas associadas recolhem em torno de 35% do seu faturamento em impostos, aproximadamente R$ 2,4 bilhões ao ano revertidos para o âmbito social.
As empresas de ônibus interestaduais regulares, por sua vez, recolhem ICMS e assim a distribuição da renda e impostos para estados e municípios é pulverizada, colaborando com beneficiários que em geral ficam fora da cadeia do dinheiro vindo do turismo circulante, normalmente concentrado apenas nos eixos de maior movimento e capitais, explica a Abrati.
Inovação no transporte
Os investimentos para os próximos anos irão além da renovação anual das frotas, que normalmente já movimentam um montante milionário na indústria automotiva e de montadoras de carrocerias, que nem durante a crise cessaram seus trabalhos.
Um exemplo de como esse dinheiro será aplicado é a aquisição de double deckers com 15 metros para a Gontijo, uma gigante do setor. Além da aquisição dos veículos de duas classes de serviços pela Boa Esperança, para a operação no norte e no Nordeste, e a milionária renovação regular anual de ônibus do grupo JCA, que opera no eixo RJ-SP.
Benefícios para os passageiros
Um ponto que merece destaque é que as empresas associadas da Abrati têm investido na ampliação dos programas de recompensas para seus usuários. O programa GIRO, o Viva Fidelidade, o Muviflex (da Planalto e Unesul), entre outros, contribuem para agregar vantagens e promover viagens grátis aos viajantes mais assíduos.
A GBS – Viação Garcia- Brasil Sul também colocou em fase de testes o despacho de bagagem fácil, antecipando o despacho dos pertences dos passageiros e permitindo que eles possam usufruir mais tranquilamente dos serviços de alimentação e comércio dos terminais rodoviários, sem precisar se preocupar com suas malas.
Para Letícia Pineschi, porta-voz da Abrati, é importante destacar que os valores aportados pelos grupos empresariais nacionais associados à entidade têm um diferencial relevante: aliam a estratégia comercial à criação de oportunidades para a população.
“Tendo sempre em mente que transporte público é um direito social, todos os investimentos sempre terão como propósito também trazer prosperidade para a comunidade atendida. Além de aumentar a oferta do serviço em si, oferecemos condições aos cidadãos de tornarem-se viajantes, é uma questão de valores que norteiam nossa operação ao longo de anos”, afirma Letícia.
