UEA implanta o primeiro Laboratório de Plastinação em Anatomia da Região Norte

Laboratório da UEA é o primeiro no Norte/Foto: Paulo Bahia

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) contará, a partir do próximo mês, com o primeiro Laboratório de Plastinação em Anatomia da Região Norte. Somente oito universidades brasileiras e 400 no mundo possuem esse laboratório. A Plastinação é uma técnica anatômica que consiste na retirada de água e gordura dos tecidos corporais, substituindo-os por polímeros (substâncias plásticas). Isso permite que o cadáver para estudo fique sem odor, não modifique sua coloração e possa ser manuseado de forma mais realística pelos alunos, melhorando o aprendizado.
Um total de 360 acadêmicos do primeiro e segundo ano de Medicina da UEA terão aulas já no próximo mês no Laboratório de Plastinação. O local terá duas funções: aulas de anatomia e produção de peças anatômicas (partes do corpo humano) plastinadas. O processo de plastinação será realizado por um grupo de pesquisa formado por alunos e professores.


Laboratório da UEA é o primeiro no Norte/Foto: Paulo Bahia

O reitor da UEA, Cleinaldo Costa, ressalta que a implantação do laboratório coloca a anatomia da instituição em igualdade aos melhores laboratórios do Brasil e do Mundo. Costa ressaltou ainda que a chegada da técnica é resultado do esforço  do professor Helder Bindá e dos demais docentes de Medicina e do Laboratório de anatomia.

“Este avanço irá permitir que os nossos alunos tenham um contato mais realístico com as peças anatômicas, com os cadáveres plastinados, que se aproximam muito da realidade do vivo. Isso tem um ganho enorme do ponto de vista de aprendizado de anatomia, além de benefícios em outras especialidades como Enfermagem, Odontologia, em diversas áreas da saúde”, disse Costa.

O laboratório também ajudará na formação de novos cirurgiões, por meio um método muito mais preciso para o entendimento das relações anatômicas que os alunos necessitarão para o desempenho de suas atividades na área de saúde, disse o Reitor.

A técnica está sendo implantada na UEA pelo professor de Anatomia, Helder Bindá Pimenta e demais professores e técnicos da disciplina Laboratório de Anatomia. Em junho de 2016, Pimenta participou de um curso na Universidade de Toledo, Ohio, nos Estados Unidos, onde aprendeu a técnica. A capacitação foi ministrada por quatro médicos que difundem o método pelo mundo, entre eles, o presidente da Sociedade Internacional de Plastinação, Professor Dr. Rafael Latorre.

Economia – Além da melhora no processo de aprendizagem, a implantação do laboratório diminuirá em até 50%, os custos de manutenção dos laboratórios de Anatomia da Universidade. Apenas com formol, os laboratórios custam semestralmente aproximadamente R$ 19 mil. Custos com utilização de recipientes em aço inoxidável, energia elétrica, água e tanques de formol também serão reduzidos.

Plastinação – Criada há 30 anos pelo médico patologista alemão Guntheer Von Hagens, a plastinação chegou ao Brasil há 10 anos, como uma técnica similar às lâminas de Patologia. A técnica possui quatro fases: Dissecação, Conservação em Formol, Impregnação (silicone) e Cura (aceleração do processo de plastificação).

O professor da UEA, Helder Bindá Pimenta, ressaltou que a capacitação foi realizada durante uma semana, onde foram repassadas todas as práticas das técnicas de plastinação.  “Futuramente teremos uma grande quantidade de peças plastinadas. Pensamos até em montar um museu de anatomia da UEA. Na Feira de Anatomia deste ano, os visitantes contarão com partes do corpo humano com aspecto anatômico muito próximo do corpo vivo, em função da Plastinação”, ressaltou Pimenta.

Artigo anteriorBoi Caprichoso divulga calendário de eventos 2017
Próximo artigoIBGE: Brasil pode registrar maior safra da história com quase 214 milhões de toneladas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui