
A Justiça Federal concedeu a guarda provisória da Capivara Filó ao influencer Agenor Tupinambá. Ele havia entregado o animal ao Ibama e estava tentando reverter a decisão do órgão ambiental
A permanência da Capivara Filó na companhia do Tiktoker Agenor Tupinambá é uma questão de humanidade e deve ser vista como hábito cultural dos povos originais da Região Norte do Brasil. É o que diz o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em nome dos povos que habitam os Rios da Amazônia, depois que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), apreendeu pela terceira vez o animal silvestre, agora com guarda provisória concedida pela Justiça Federal.
Valdemir sustenta que é comum ver famílias ribeirinhas, criando papagaios, macacos e outros animais silvestres com a mesma naturalidade que criam pets, gatos e galinhas nos quintais dos habitantes das cidades.

“Tirar um animal da mão do seu cuidador, mesmo que seja silvestre, mas que foi criado desde que era filhote, é desumano, tanto para a Capivara Filó, quanto para o tiktoker Agenor”, argumenta Santana.
Ele acrescenta ainda, que esses são hábitos do povo do interior, que devem ser preservados ou, colocar em risco a identidade cultural dos ribeirinhos e dos caboclos do interior do Estado.
“Enquanto o Ibama diz que protege um único animal, caçadores invadem reservas, matam anta, tatu canastra, onças e tamanduás”, comenta o professor universitário Francisco Herculano.
Santana falou ao Portal Correio da Amazônia, que está fazendo um apelo à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, para que ela libere a Capivara Filó, até a legalização ou não da criação de animais em ambiente doméstico, com suas normas a serem estabelecidas. O que não pode, segundo ele, é o Ibama adotar medidas de repressão, com base nas opiniões ditadas em redes sociais.

A maioria dos animais silvestres no interior, são adotados pelas pessoas, até para salvar a vida destes animais, muitos deles abandonados nas florestas. “O que a fiscalização do Ibama tem de se preocupar, em primeiro lugar, é com o desmatamento da Amazônia provocado pelos grileiros e deixar os nossos costumes, que estes, sabemos muito bem como cuidar deles”, finalizou.