Vereador quer Arena Poliesportiva com o nome de Flaviano Limongi

Vereador Professor Samuel faz indicação ao Governador/Foto: Tiago Correa

Conforme o artigo 149 do regimento Interno da Câmara Municial de Manaus, o vereador Professor Samuel encaminhou indicação ao Governador do Estado do Amazonas, Sr. David Almeida, pedindo a mudança do nome Arena Poliesportiva Amadeu Teixeira para Arena Poliesportiva Flaviano Limongi, com base na recomendação, expedida no último dia 8 de junho, pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) que solicita ao Governo do Amazonas que faça alteração dos nomes de bens públicos estaduais com nomes de pessoas vivas.


O governo terá o prazo de 30 dias para alterar o nome do hospital e pronto-socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz, da Arena Poliesportiva Amadeu Teixeira e do Centro Cultural Thiago de Melo, além de outros localizados na capital.

Vereador Professor Samuel faz indicação ao Governador/Foto: Tiago Correa

A presente indicação de nº 387/2017, de autoria do vereador Professor Samuel (PHS) foi ordenada na manhã desta segunda-feira, 12, durante expediente da Câmara Municipal de Manaus. O projeto tem a finalidade de fazer uma justa homenagem póstuma e ao mesmo tempo deixar registrado no mais suntuoso ginásio do Amazonas, para todas as gerações do mundo esportista, a memória do nome daquele que foi um dos maiores protagonista da história futebol amazonense. Considerado o responsável pela profissionalização do futebol no Estado do Amazonas, o desportista Flaviano Demasi Limongi, fundador da Federação Amazonense de Futebol (FAF), foi jornalista, desembargador e fez parte da história da construção do estádio Vivaldo Lima (Vivaldão), hoje, Arena da Amazônia.

De acordo com autor da nomeação, Professor Samuel, Limongi foi um dos líderes do movimento em prol da construção do estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão, inaugurado em 1970. “Deu tão certo que o Vivaldão passou a ser um dos principais estádios do Brasil, recebendo a denominação “Colosso do Norte”. Ele também ajudou o Nacional a entrar na elite do futebol brasileiro da época, vencendo clubes do peso como: Atlético Mineiro, Corinthians e Portuguesa no campeonato Brasileiro, além de trazer para Manaus a Minicopa de 1972, com seleções do porte da Bolívia, Paraguai, Peru, e a hoje extinta Iugoslávia” explicou o parlamentar.

Dedicação ao esporte

Flaviano fez um contrato com todos as empresas de refrigerante. A cada refrigerante vendido, Cr$ 1(cruzeiro) ia para a construção do Estádio. 80% da construção do Vivaldo Lima que foram destruídas pelas autoridades, acabaram com a memória e jogaram fora a história de todos, foi construído com o dinheiro da população.

“O Limongi conseguiu levar o Nacional a fazer um amistoso com o Grêmio Maringá, no Maracanã, no dia 24 de agosto de 1969. O Nacional ganhou por 1 a 0 e passou ser conhecido no Brasil inteiro como força do Norte. A chegada foi triunfante no aeroporto Ponta Pelada, com direito a desfile em carro dos Bombeiros”, detalha o jornalista, escritor e procurador de justiça, Nicolau Libório, 64, autor dos livros “Memórias do Esporte Amazonense” (2009) e “Lembranças do futebol e do rádio amazonense (2013), obras que citam Limongi como liderança ativa da era considerada de ouro do futebol local”.

Flaviano Demasi Limongi nasceu em 04 de maio de 1926, em Manaus. A paixão pelo esporte começou bem cedo para Limongi, ainda na infância. Ele era estudante do Colégio Dom Bosco e jogava futebol com os amigos da escola no recreio, além das peladas na rua onde morava, no centro da cidade. Na juventude, disputaram vários campeonatos e chegaram a ser vice-campeão no Tijuca Clube. Limongi atuava como jogava na posição de goleiro, primeiramente usou pseudônimos para que o pai não descobrisse e depois que passou a fazer sucesso, foi inevitável. Limongi chegou a jogar emprestado pelo Fast Clube.

Um dos marcos de sua carreira esportiva foi ter jogado pela Seleção Amazonense de Futebol. Sua primeira oportunidade em rádio foi quando trabalhou na Rádio Baré de Assis Chateaubriand, juntamente com Josué Cláudio de Souza que após uma ousada decisão de sair da Baré fundou a Rádio Difusora em 24 de novembro de 1948. Limongi também fez parte do rádio amazonense em sua fase de maior sucesso, na década de 1950, fazendo apresentação de programas de auditório, além de locução esportiva. Com o passar do tempo, Flaviano Limongi passou a se dedicar à sua carreira jurídica e se tornou Juiz na Justiça do Trabalho e hoje é desembargador, mas nunca se desligou totalmente do esporte.

O desembargador, ex-locutor e jogador de futebol Flaviano Limongi tem sua trajetória marcada pelas conquistas para o esporte amazonense e é considerado por muitos como o patriarca do futebol amazonense.

Mas foi como cartola que Limongi notoriedade: foi o fundador da Federação Amazonense de Futebol (FAF), vinculada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após cisão na Federação Amazonense de Desporto (Fada), braço local da Confederação Brasileira de Desporto (CBD). Limongi defendia que o futebol tivesse uma gestão à parte de outras modalidades esportivas, uma vez que CBD e Fada juntavam tudo numa só gestão. Foi quando em 1966, o jornalista capitaneou o processo de fundação da FAF, aglutinando forças influentes da área esportiva e política, ao mesmo tempo em que João Havelange cruzava o País na busca por apoio para o comando da CBF.

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