Vereadores querem ouvir a sociedade sobre a extinção do dinheiro no transporte coletivo

Vereadores querem debate sobre proposta da SSP-Am/Foto: Robervaldo Rocha

Vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM), na sessão de ontem (21), externaram suas preocupações quanto à extinção do uso de dinheiro no transporte coletivo da cidade, proposta pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP), como uma das estratégias para coibir os constantes assaltos ao sistema, para os quais essa intervenção precisa ser amplamente discutida com a sociedade, que é usuária do meio de locomoção.
Primeiro a levar o assunto à tribuna, o vereador Álvaro Campelo (PP), a proposta é um ‘enorme equívoco’, uma precipitação da Secretaria de Segurança Pública. “Isto em definitivo não vai impedir que os assaltos continuem acontecendo , porque os usuários do transporte coletivo estarão com o seu dinheiro nas carteiras, nas bolsas, com seus relógios,  celulares, e essa decisão da Secretaria vai ser apenas um paliativo que não vai evitar que os assaltos continuem acontecendo dentro dos ônibus”, disparou o parlamentar.


Para o vereador Rosivaldo Cordovil (PTN), presidente da Comissão de Transporte da Câmara, a paralisação é justa e compreende a medida da secretaria, mas não descarta o debate para as medidas de segurança. “A secretaria fez uma sugestão, e devemos debater sim, e trazer para discussão nessa Casa, com audiência pública no seio das comissões do Transporte e da de Defesa do Consumidor colocando em discussão várias questões. Precisamos ter uma discussão ampla sobre a medida”, afirmou.

Já a vereadora Professora Jacqueline (PHS) trouxe para a discussão sua preocupação quanto aos empregos dos cobradores de ônibus, como a medida iria os afetar. “Tenho uma preocupação na questão do emprego, porque serão mais pessoas desempregadas, as empresas não vão assegurar que todos os cobradores vão permanecer em seus cargos. Penso que preciso ter uma ampla discussão com a sociedade, não é para analisar a discussão, mas fazer com que ela chegue à sociedade”, destacou.

Mesma posição defendida pelo vereador do PT, Waldemir José, que afirmou que os empresários dos ônibus estão usando da insegurança para impor algo que há muito almejam. “Tirar os cobradores como uma solução para a segurança no transporte é um movimento para colocar uma pauta que é de muito tempo, que é acabar com a função dos cobradores, os empresários estão aproveitando o clima de insegurança para promover a extinção da função. Só que, no entanto, passariam a assaltar os usuários, eles se tornariam vulneráveis, os problemas estariam apenas resolvidos para os empresários. Mais 1,2 mil cobradores perderão seus postos de trabalhos em um país que têm mais de 10 milhões de desempregados, e não vai resolver o problema”, concluiu.

Paralisação

Na última quinta-feira (17), rodoviários de diversas empresas do transporte público paralisaram as atividades nas proximidades do Terminal de Integração 1, na avenida Constantino Nery, em protesto a insegurança no transporte público. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), 2.767 assaltos ocorreram até outubro deste ano, uma média de nove crimes por dia. No dia 13 de novembro, um motorista foi morto enquanto trabalhava.

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